Cerca de 80% das vagas destinadas, por lei, a trabalhadores na condição de aprendizes não foram preenchidas no último ano, segundo levantamento do Ministério Público do Trabalho.
O número equivale a quase 1 milhão de jovens de 14 a 24 anos que deixaram de ocupar vagas no mercado formal, de acordo com o órgão.
A legislação sobre jovens aprendizes prevê que ao menos 5% dos contratados por empregadores de maior porte sejam alunos de cursos profissionalizantes.
"Há potencial para aprendizagem no Brasil, mas o país não corresponde. Os empresários ainda não perceberam isso como um investimento. Eles veem como encargo", afirma o procurador Rafael Marques.
Para elevar a taxa de contratação de jovens neste ano, o Ministério Público do Trabalho pretende intensificar a fiscalização na área.
"Criamos um projeto nacional que dará suporte aos procuradores na proposição de termos de ajustamento de conduta para as companhias."
Empresas que não cumprem a lei podem ser multadas.
Para o Senac, uma das instituições do serviço de aprendizagem, seria possível oferecer mais cursos profissionalizantes se a demanda fosse maior. "É preciso que as empresas contratem mais. Mas está crescendo. Em 2011, atendemos 13 mil jovens em São Paulo. Para 2012, esperamos 17 mil no Estado", diz Erleni Andrad
Veículo: Folha de S.Paulo