As perspectivas do varejo para o Dia das Mães (a segunda melhor data do ano) são otimistas, alinhadas com projeções de crescimento de vendas de até 15%, na comparação com igual período de 2011. Estima-se que os investimentos para atrair os consumidores, só nos ambientes de shopping centers, totalizarão pelo menos R$ 70 milhões.
O resultado dos esforços, no Grande ABC, por exemplo, deverá redundar em movimento de compras de R$ 100 milhões, aponta pesquisa realizada pela Universidade Metodista de São Paulo, em parceria com as associações comerciais dos municípios daquela região envolvidos no estudo (leia mais sobre a pesquisa no texto abaixo).
"A economia tem crescido e o consumo vem se mantendo. A queda da taxa básica Selic, do spread bancário e a redução do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) para algumas linhas de produtos deverá ajudar no desempenho do comércio. Para o Dia das Mães, eu imagino um crescimento de vendas de 5% a 6%", comenta o economista da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), Marcel Solimeo.
A expectativa do economista é que os produtos de uso pessoal, como roupas, calçados e artigos para o lar se mantenham em destaque, como acontece historicamente nesse período. A manutenção da redução da alíquota do IPI para a linha branca, acredita Solimeo, deverá incentivar a aquisição desses itens – caso da geladeira, por exemplo. "As novidades tecnológicas também tendem a se destacar", acrescenta.
Shoppings – Os lojistas dos centros de compras têm expectativa semelhante e apostam que a preferência do consumidor recairá principalmente entre os artigos de vestuário. "Nos shoppings, 50% das lojas são desse segmento", comenta o presidente da Associação Brasileira de Lojistas de Shopping (Alshop), Nabil Sahyoun. Ele projeta crescimento médio de 8% nas vendas relacionadas ao Dia das Mães, ante igual período de 2011. O executivo comenta que também os celulares e eletrodomésticos tendem a se destacar entre os produtos mais procurados.
A entidade fez uma pesquisa de amostragem com 50 varejistas do ramo. Sahyoun estima, com base nessas consultas, "especialmente entre grandes grupos", que os investimentos para atrair o consumidor aos shoppings neste Dia das Mães somem pelo menos R$ 70 milhões. Segundo ele, a Alshop mantém a previsão de crescimento do faturamento nominal entre 10% e 15% para 2012. A entidade atribui o crescimento menos intenso do primeiro trimestre mais à sazonalidade histórica, do que ao cenário econômico. O executivo acredita em desempenhos bem melhores já no segundo trimestre.
Dados da Associação Brasileira de Shopping Centers (Abrasce), relativos ao primeiro bimestre deste ano, apontam que a crise econômica internacional não trouxe impacto para o setor. Por isso mesmo, a projeção de vendas nominais 10% maiores neste Dia das Mães (ante igual período e base de comparação, em 2011) não é considerada excessivamente arrojada pela entidade, comenta a superintendente de operações, Adriana Colloca.
Atrações – O Complexo Comercial Tatuapé (Shopping Metrô Tatuapé e Shopping Metrô Boulevard Tatuapé) também compartilha o otimismo das entidades e projeta crescimento de 15% nas vendas relacionadas ao Dia das Mães, 70% delas concentradas na semana que antecede a data, comenta a gerente geral do complexo, Elaine de Almeida.
"A projeção se baseia em pesquisa junto aos lojistas e também tem a ver com a nossa promoção", justifica. Além disso, acrescenta, "a nossa curva de vendas é sempre positiva". No primeiro trimestre deste ano, segundo a executiva, o complexo contabilizou crescimento de vendas de 12%, ante igual período do ano passado.
Outros centros de compra se alinham a esse otimismo com a movimentação em torno do Dia das Mães. O Shopping Frei Caneca é mais um que aposta em crescimento de vendas na casa dos 15%. O Santana Parque Shopping e o Continental Shopping projetam alta de 12%; o Taboão e o West Plaza, 10%; Ibirapuera, 9%; Bonsucesso, 8%. Todos esses empreendimentos desenvolveram campanhas e promoções de diferentes formatos, com brindes como os organizadores de bolsa do Bonsucesso e os pacotes de beleza do Mais Shopping. Entre tantas ofertas, há ainda até os tradicionais carros, a serem sorteados no Ibirapuera e Bourbon Shopping.
Varejo eletrônico deve faturar até 30% mais
A expectativa inicial sobre o desempenho de vendas do comércio eletrônico para o Dia das Mães da consultoria e-bit é de crescimento entre 25% e 30%, na comparação com igual período de 2011.
Os eletrodomésticos já têm mantido a liderança de vendas, independentemente do Dia das Mães. Neste ano, há a expectativa de que o segmento de moda e acessórios – posicionado entre as cinco categorias de produtos mais vendidos pela internet – ganhe destaque. Como acontece no varejo físico, no virtual há, nesta época do ano, grande procura por flores e itens de saúde e beleza.
De olho no e-consumidor, a Continental realiza, em parceria com o portal iG, concurso cultural que presenteará a mãe vencedora com uma cozinha completa. A Midea Carrier e a Sony também anunciaram promoções pela internet.
Comércio do ABC deve movimentar R$ 100 milhões
Para o comércio da região do Grande ABC, a expectativa é que o Dia das Mães movimente R$ 100 milhões, aponta a Pesquisa de Intenção de Compras (PIC) realizada pelo Observatório Econômico da Universidade Metodista de São Paulo, em parceria com as associações comerciais das cidades analisados.
"A região do Grande ABC é o quarto maior mercado de consumo do País, com 1,5 milhões de pessoas", comenta o economista Sandro Maskio, professor do curso de Ciências Econômicas da Metodista e coordenador do estudo.
Em relação à Capital paulista, maior mercado brasileiro, o consumidor do Grande ABC não apresenta, segundo Maskio, perfil muito diferente quanto ao tipo de produto selecionado para compra e formas de pagamento. "Mas no Grande ABC ele está disposto a pagar um pouco mais, porque o mercado da região é mais concentrado do que o da Capital", diz.
A pesquisa mostra que 5% dos consumidores daquela região comprarão o presente das mães na Capital, ou seja, fora das cidades que compõe o ABC. Como um todo, eles planejam gastar, em média, R$ 118. A maioria dos entrevistados (47%) declarou que fará as compras em shoppings e 33% irão ao comércio de rua.
Veículo: Diário do Comércio - SP