A região Sudeste tem a maior carga tributária sobre a gasolina, de 38,55%
A carga tributária incidente sobre a gasolina e o diesel recuou no último trimestre de 2011 no Brasil, graças à diminuição do valor da Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (Cide), com a medida tomada pelo governo para evitar o repasse ao consumidor dos reajustes sobre os combustíveis de petróleo.
Estudo da Faculdade de Administração, Contabilidade e Economia da Universidade de São Paulo (FEA/USP) aponta que a carga média sobre a gasolina recuou para 36,79% no país entre outubro e dezembro de 2011, ante uma média de 40% nos três meses anteriores, quando o levantamento começou a ser feito.
Coordenado pelo Núcleo de Estudos em Controladoria e Contabilidade Tributária da FEA/USP, em Ribeirão Preto, no interior de São Paulo, o levantamento aponta ainda que a carga de tributos sobre o diesel caiu de uma média de 26,2% para 25,24% no país entre os períodos analisados. Entre outubro e novembro do ano passado, o governo reduziu duas vezes a Cide da gasolina: de R$ 0,23 para R$ 0,19 e posteriormente para R$ 0,09 o litro. Já a baixa do diesel ocorreu em novembro, de R$ 0,07 para R$ 0,047 o litro.
A região Sudeste tem a maior carga tributária sobre a gasolina, de 38,55%, aplicada ao preço comercializado na bomba. Registra ainda os dois estados cujos consumidores pagam mais impostos sobre a gasolina: Rio de Janeiro, com 40,75% de carga, e o Espírito Santo, com 40,32% de carga.
A região Norte, com 35,33% de carga, é a que possui menor tributação média sobre a gasolina, entre as cinco do país. Rondônia e Acre, com 34,54% e 34,60%, respectivamente, são os estados com menor tributação sobre a gasolina.
A região Nordeste é que mais tributa o diesel, com uma carga média de 29,82% sobre o preço final. A Bahia é o estado líder, com 38,21% de incidência de impostos no combustível de petróleo. As menores cargas tributárias sobre o diesel estão no Sul, entre as regiões brasileiras, com 21,15%, em média, e no Rio Grande do Sul, entre os estados, com 19,94%, segundo o estudo da FEA/USP.
Etanol - Já a carga tributária sobre o etanol hidratado se manteve praticamente estável nos períodos avaliados e fechou o último trimestre de 2011 com uma média de 31,92%. Sobre o etanol não há a incidência da Cide, cuja criação ocorreu, entre outros fatores, para que gasolina e o diesel financiassem estoques de álcool. Sobre o etanol incidem PIS/Cofins e o Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços (ICMS), cuja alíquota varia de 12% a 29% entre os estados brasileiros.
A carga tributária do etanol chega a 33,51% no Centro-Oeste, a maior do País. Goiás, cuja alíquota do ICMS sobre o etanol saiu de 20% para 29% no ano passado, tirou do Rio de Janeiro o posto de estado que mais tributa o combustível. Os consumidores goianos pagam 37,89% de carga sobre o álcool hidratado e os fluminenses, 37,74%. São Paulo, com 21,26%, e o Sul, com 30,93%, são, respectivamente, o estado e a região com as menores cargas tributárias sobre o etanol.
Veículo: Diário do Comércio - MG