A inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor - Semanal (IPC-S) ficou em 0,57% na terceira quadrissemana de abril (entre os dias 15 e 22), a mesma registrada na segunda leitura do mês, informou ontem a Fundação Getulio Vargas (FGV). Das oito classes de despesa componentes do indicador, seis apresentaram elevação em suas taxas. A maior alta veio do grupo Despesas Diversas, que subiu 2,42%, depois de um aumento de 1,56% na segunda quadrissemana do mês.
O aumento nos preços dos cigarros foi o destaque de alta no grupo Despesas Diversas. Ele avançou 2,42%, após elevação de 1,56% na segunda quadrissemana do mês, enquanto o item cigarro subiu 6,46%, depois de alta de 3,85%. No começo de abril, a Souza Cruz anunciou um aumento médio de 24% em seus produtos, antes do reajuste de 40% do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) entrar em vigor, em 1º de maio.
A segunda maior alta foi verificada no grupo Vestuário (de 0,93% para 1,05%). Com a mudança de estação as roupas ficaram mais caras e tiveram elevação de 1,24%, ante 1,12% na quadrissemana anterior. O grupo Transportes aparece em seguida com elevação de 0,36% na terceira quadrissemana de abril, ante 0,31% na segunda quadrissemana. Alimentação sofreu ligeira elevação e atingiu 0,53% na terceira quadrissemana, depois de aumento de 0,52%. Dentro do grupo, o item laticínio subiu para 1,42% (de 1,13%).
O aumento do grupo Saúde e Cuidados Pessoais ficou em 0,88%, ante 0,83% na segunda quadrissemana de abril. O grupo Comunicação saiu de queda de 0,02% para alta de 0,07%, conforme a FGV.
Já Habitação desacelerou na terceira medição de abril, saindo de 0,70% para 0,49%, influenciado pelo item empregada doméstica (de 2,25% para 0,99%). Outro grupo que arrefeceu foi Educação, Leitura e Recreação (de 0,34% para 0,29%), puxado por teatro (de 0,27% para -1,74%).
O cigarro (de 3,85% para 6,46%) ficou na liderança dos itens que mais tiveram influência positiva sobre o IPC-S. A segunda maior contribuição veio de refeições em bares e restaurantes (de 0,56% para 0,73%); aluguel residencial (de 0,82% para 0,62%); serviço de reparo em automóvel (de 2,12% para 1,65%); e empregada doméstica mensalista (de 2,60% para 0,97%).
Entre os itens com maiores reflexos negativos na terceira quadrissemana ante a anterior foram relacionados tomate (de -5,37% para -7,82%); automóvel usado (de -0,60 para -0,73%); banana prata (de -4,52% para 6,05%); passagem aérea (de -3,89% para -3,97%); e alcatra (de -2,46% para 3,71%).
Projeção - O coordenador do IPC-S e pesquisador da FGV, Paulo Picchetti, informou ontem que, pelo comportamento apresentado nas últimas quadrissemanas, o indicador deve fechar o mês de abril com variação positiva de 0,60%. Até então, a expectativa do coordenador era de alta de 0,70% para o IPC-S ao término de abril. "Alimentação vem ajudando e se continuar assim, está mais para 0,60% do que para 0,70%", afirmou.
Embora destaque o papel benigno de Alimentação, Picchetti avalia que esse comportamento não é tão confiável em termos de sinalização futura, dado que está sendo determinado mais em função de arrefecimento de altas do que por queda consistente de preços, como é o caso dos alimentos in natura.
Conforme Picchetti, o índice confirmou algumas altas que vinham sendo previstas, como Cigarros (3,85% para 6,46%), Medicamentos em Geral (0,43% para 1,09%) e Roupas (1,12% para 1,24%).
Veículo: Diário do Comércio - MG