Em momento de crise o parcelamento das compras em supermercados de Belo Horizonte se apresenta como forte estratégia de estímulo aos negócios. Empresas da Capital estão atentas às mudanças do cenário econômico e apostam no pagamento a prazo com o cartão e no cheque para garantir ao cliente melhores condições de compra e manter o ritmo de vendas em Minas Gerais.
De acordo com o executivo de Marketing do Super Nosso, Antônio Celso Azevedo, o cartão do supermercado já está sendo oferecido há algum tempo, mas em função da escassez de crédito no mercado se tornou uma opção de pagamento ainda mais vantajosa. "Acumulamos sucessivos índices de crescimento da procura pelo cartão, mas agora as vantagens que ele oferece passaram a ser especialmente atrativas", destacou.
O pagamento com o "dinheiro de plástico" permite o parcelamento em até três vezes sem juros, além de descontos concedidos apenas para os clientes que o utilizarem. Para conseguir continuar oferecendo essas condições em momento de escassez de crédito, quando grande parte dos bancos e financeiras já elevaram as tarifas, a empresa teve que subsidiar os juros oferecidos. Hoje são 12 lojas do Super Nosso em Belo Horizonte.
O parcelamento das compras em supermercados é estratégia para as vendas
Azevedo afirmou que o cartão pode ser usado também em outros estabelecimentos comerciais. "A principal função desta forma de pagamento é estabelecer uma relação de fidelidade com o cliente. Acreditamos que, como ele se sente valorizado pelas ações que promovemos nos supermercados, passa a realizar todas as compras na nossa rede", destacou. A empresa também garante pagamento a prazo no cheque, mas a opção não tem alta demanda, pois são cobrados juros das operações.
Nos Supermercados BH, que possui atualmente 77 lojas em Minas Gerais, a crise econômica já fez com que o pagamento a prazo ficasse mais caro. A empresa que antes oferecia taxa de 3% ao mês para as compras no cartão com prazo de 30 dias agora trabalha com 4%. Para os clientes que forem pagar em 60 dias, agora os juros cobrados são de 8%, mas há alguns meses era de 6%. As compras no cheque acima de R$ 40 podem ser divididas em duas vezes sem juros.
De acordo com a gerente do setor Financeiro, Sheila Lima, a empresa precisou modificar as formas de pagamento, pois os bancos que oferecem empréstimo para os Supermercados BH também elevaram as taxas. No entanto, as vendas parceladas não foram reduzidas depois da crise. A estimativa é que 37% das comercializações sejam feitas no cartão de crédito e apenas 6% no cheque.
Veículo: Diário do Comércio - MG