Preço médio está 1,14% mais baixo do que em janeiro, segundo pesquisa do Dieese
Com ou sem crise global e alta do dólar, os brinquedos vão chegar ao consumidor um pouco mais baratos neste Natal. Segundo dados do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), o preço médio dos produtos caiu 1,14% entre janeiro e outubro deste ano, com tendência de manter a queda até o fim de dezembro. Alguns itens, como bicicletas e videogames, registraram uma redução acima da média geral.
O presidente da Associação Brasileira de Lojistas de Shopping (Alshop), Nabil Sahyoun acredita que, apesar da desaceleração da economia, o Natal deste ano está garantido. “As pessoas podem até deixar de viajar ou trocar de carro, mas não abrem mão de comprar os presentes de Natal.” Sendo assim, os vendedores de brinquedo podem ficar tranqüilos, pois o consumidor deve lotar as lojas.
Dos itens avaliados pelo Índice de Custo de Vida (ICV) do Dieese, os bonecos e bonecas foram os que registraram as maiores reduções: queda de 5,35% entre janeiro e outubro. Em seguida, vêm as bicicletas, com deflação de 3,39% no mesmo período.
Contudo, essa redução só atingiu os produtos nacionais, pois os brinquedos importados sofreram pequenos reajustes de preço ao longo ao ano por conta de mudanças nos custos de importação. “O valor cobrado pela certificação de qualidade dos brinquedos, que é obrigatório, passou a ser 15% do FOB (custo bruto total do processo de importação). Antes, era apenas 1%”, explicou o diretor-presidente do Instituto para Certificação Expressa de Produtos (Icepex), Sérgio Diogo.
Sem esse selo de certificação, conferido pelo Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial (Inmetro), os brinquedos não podem ser vendidos no País de forma legal - é uma forma de garantir que há qualidade mínima no produto para evitar acidentes com as crianças.
Porém, explicou Diogo, os custos cobrados para os fabricantes brasileiros permaneceram os mesmos, dando uma vantagem tributária aos produtos nacionais.
O diretor-presidente da Icepex, contudo, afirmou que há razões pontuais para justificar a queda de preços. No caso das bicicletas, ele acredita que as reduções afetam modelos maiores. “Bicicletas cujos modelos são considerados para adultos estão livres da certificação do Inmetro. Assim, há um mercado muito grande de customização, ou seja, pessoas que compram as peças e montam as bicicletas. Neste caso, alguns lojistas cobram preços muito baixos, e o mercado é obrigado a acompanhar a quedas.”
A situação dos videogames é semelhante. Esses produtos ficaram 2,4% mais baratos deste janeiro por conta do aumento da competitividade do setor. O motivo é simples: com o lançamento de aparelhos cada vez mais modernos, os consoles que antes custavam mais caro tiveram os preços modificados. Diogo lembra que, com o lançamento do Playstation 3, da Sony, o valor dos modelos de segunda geração caíram praticamente pela metade. “Hoje, já é possível comprar um Playstation 2 por R$ 450, que há poucos anos custava R$ 900”, disse. “No entanto, haverá uma mudança na lei de certificação do videogame, a partir de janeiro, que deverá deixar os equipamentos mais caros”, alertou o diretor-presidente da Icepex.
Altas
Segundo o ICV do Dieese, alguns brinquedos ficaram mais caros nos primeiros dez meses do ano. É o caso de bolas (alta de 3,6%) e carrinhos (3,78%). A explicação é que uma nova norma do Inmetro solicitou aos fabricantes a troca de um dos componentes da matéria-prima. O elemento substituto, no entanto, custa entre 7% e 10% mais caro para os fabricantes - que foram obrigados a repassar parte desse porcentual para o consumidor.
Veículo: Jornal da Tarde