As redes varejistas do setor de vestuário começaram o ano entre altos e baixos, mas a perspectiva é que, com o calendário reforçado agora pela nova estação e pelo Dia das Mães, o primeiro semestre apresente resultados mais positivos na comparação com o mesmo período do ano passado. Ao apostar no formato de franquias e produtos que atendem do público masculino e feminino ao infantil, a rede Hering comemora incremento, no trimestre, de 36,7% em seu lucro líquido ao atingir o montante de R$ 70,2 milhões em relação a igual época e 2011.
Mesmo com o lucro maior, a rede detentora das marcas Hering, Hering Kids, Dzarm e PUC viu suas vendas diminuírem no período devido a fatores climáticos e ao mercado em recuperação. "Em função do desaquecimento do mercado, que fez com que nossos clientes fossem cautelosos nas suas apostas de compras, o desempenho de vendas da rede no primeiro trimestre permaneceu abaixo das expectativas da companhia", afirmou a rede na a divulgação dos resultados. O destaque da rede ficou por conta das operações da Hering Kids, que cresceram 32,9%, à frente das das outras marcas do grupo.
Por outro lado, a Lojas Renner, uma das maiores empresas do segmento no Brasil, e que disputa o gosto do freguês com concorrentes de peso, como as bandeiras C&A, Riachuelo e Marisa, entre outras, apesar de ter apresentado um desempenho maior em vendas no período, contabilizou queda de 25% no faturamento, o que resultou em R$ 35,7 milhões de lucro líquido no primeiro trimestre, ante os 47,6 milhões verificados no mesmo período do ano passado, como o DCI havia apontado, por dados preliminares, no início de abril. Mas nem isso foi capaz, até o momento, de mudar os planos da marca no País. Prova é que a empresa manteve a meta de investir R$ 420 milhões este ano. Além de novas lojas, a empresa prevê remodelações e aposta também no bom desempenho das três lojas-modelo Blue Steel.
"A redução deveu-se também às maiores despesas financeiras decorrentes da emissão de debêntures ocorrida em julho de 2011 e ao maior nível de depreciação." As despesas operacionais de serviços financeiros cresceram 40,3% no período, como informou a própria Renner, ao divulgar seu balanço. Ainda com informações de seus representantes, "os meses de janeiro e fevereiro apresentaram vendas superiores ao previsto e em março, questões de temperatura fizeram com que houvesse uma redução do ritmo inicial do trimestre".
Patrocínios
Há menos de um mês a varejista anunciou que será novamente a patrocinadora oficial da turnê da Madonna no Brasil. Segundo José Galló, presidente da rede, a intenção da rede é estar cada vez mais perto de seu consumidor, tanto que a rede conseguiu levar uma das apresentações a Porto Alegre. "Queremos estar mais próximos do nosso consumidor, que é moderno, igual à cantora Madonna", disse Galló na época. Segundo a gerente-geral de Marketing, Luciane Franciscone, em entrevista anterior ao DCI, a rede sempre investiu em ações culturais e este ano os planos são que eles cresçam em linha com o crescimento da empresa. "Sempre investimos em cultura, e a nossa intenção é que eles cresçam em conjunto com a rede", disse.
Ainda no ramo de vestuário, mas agora no segmento de lingerie, outra marca que tem estudado regiões para a abertura de novas unidades, além da Hope, é a Lupo, com cerca de 215 lojas em todo o Brasil e cujas vendas representam 20% do faturamento da empresa. Até o final de maio, a empresa afirma que vai abrir mais seis novas lojas no País. Uma delas acaba de ser inaugurada em Porto Alegre (RS), sendo esta a quinta loja Lupo na cidade, agora no Bourbon Shopping Wallig.
Projeções
De olho nas vendas do Dia das Mães, a segunda melhor data para as vendas do comércio a varejo, e que promete ser melhor do que o mesmo período de 2011, os empresários do setor varejista como um todo parecem otimistas e acreditam num potencial de crescimento de vendas para a data de 8% a 10% em todo o Estado de São Paulo.
Segundo o presidente da Federação das Câmaras de Dirigentes Lojistas do Estado de São Paulo, Mauricio Stainoff, a perspectiva é de um tíquete médio de compra de R$ 150,00. "A maioria dos lojistas de São Paulo está confiante. Esse otimismo é resultado da queda das taxas de juros e das condições mais favoráveis para o consumidor, o que deverá impulsionar as vendas no período."
Na cidade de São Paulo, os setores mais otimistas são os de confecções, calçados, telefonia, cosméticos, eletroeletrônicos e eletrodomésticos.
Além do consumo nas lojas físicas, o comércio eletrônico também espera crescimento. "As vendas on-line têm expectativa de aumento de mais de 20%, impulsionadas pelas facilidades e pelo crescente número de consumidores que já se habituaram a comprar na Internet", explicou Stainoff, por meio de nota.
Veículo: DCI