Marca própria perde status na prateleira do comércio

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Há cerca de sete anos, os produtos de marca própria foram alardeados como uma grande oportunidade para os supermercadistas brasileiros. Mas atualmente eles já não empolgam tanto. Pesquisada realizada pela Associação Paulista de Supermercados (Apas) em parceria com a Nielsen e a Kantar mostra que no ano passado estes itens tiveram participação de 4,9% no faturamento dos varejistas, apenas 0,2 ponto percentual maior em relação a 2010.

“No Brasil os consumidores ainda estão experimentando novas marcas. É um país emergente por isso temos um crescimento pequeno das marcas próprias”", diz João Galassi, presidente da Apas. Em outros países, a situação é bem diferente. Na Espanha, por exemplo, a tradicional rede Mercadona mantém em seu mix cerca de 70% de produtos com marca própria. Nos Estados Unidos esta categoria também continua crescendo significativamente, segundo Galassi.

“"Estes consumidores, mais maduros, já experimentaram de tudo e agora optam por produtos que apresentem bom desempenho a um preço justo”", afirma. Mas a razão para o desempenho medíocre das marcas próprias não está somente em cima da atitude do consumidor. Quando os supermercadistas colocaram seus primeiros produtos deste tipo à venda, achava-se que o que importava era oferecer preço baixo.

E o resultado foi a comercialização de produtos com qualidade inferior, o que não agradou ao consumidor. Mercadinhos A atuação dos mercados de vizinhança também chamou atenção na pesquisa. Agora, além da proximidade com o consumidor, eles ganham uma nova vantagem na briga por clientes: o preço baixo. No ano passado, estes pequenos estabelecimentos mantiveram 48% de seus produtos mais baratos em relação aos supermercados e hipermercados.

Em 2010, este percentual era de 46%. No ano passado, os supermercados apresentaram preços mais baixos em 52% dos produtos contra 53% no ano anterior. E os hipermercados mantiveram, de um ano para o outro, cerca de 55% dos itens com valores inferiores.

“O avanço dos mercados de vizinhança se deve aos ganhos de produtividade das centrais de negócios”, diz Galassi. Neste conhecido modelo de negociação, os mercados se unem para comprar maiores volumes dos fabricantes. Em contrapartida ganham mais descontos.

Do total de 1,2 mil associados da Apas, 400 negociam seus pedidos através de 25 centrais de negócios. No ano passado, os supermercados brasileiros faturaram R$ 224,3 bilhões, aumento real de 4,4%. Deste total, os varejistas do estado de São Paulo responderam por R$ 68,4 bilhões, aumento real de 4,6%.



Veículo: Brasil Econômico


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