O salário mínimo do trabalhador no País deveria ter sido de R$ 2.329,35 em abril, a fim de suprir as necessidades básicas dos brasileiros e de sua família, como constata a Pesquisa Nacional da Cesta Básica, divulgada ontem pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese).
Com base no maior valor apurado para a cesta no período, de R$ 277,27, em São Paulo, e levando em consideração o preceito constitucional que estabelece que o salário mínimo deve ser suficiente para garantir as despesas familiares com alimentação, moradia, saúde, transportes, educação, vestuário, higiene, lazer e previdência, o Dieese calculou que o mínimo deveria ter sido 3,74 vezes maior do que o piso vigente no Brasil, de R$ 622,00.
O valor estimado pelo Dieese em abril é maior do que o apurado para março, quando o mínimo necessário fora calculado em R$ 2.295,58 ou 3,69 vezes o mínimo atual. Há um ano, o salário mínimo necessário para suprir as necessidades dos brasileiros era de R$ 2.255,84, o equivalente a 4,14 vezes o mínimo em vigor naquele período, de R$ 545,00.
A instituição também informou que o tempo médio de trabalho necessário para que o brasileiro que ganha salário mínimo pudesse adquirir, o conjunto de bens essenciais aumentou, na comparação com o mês anterior, mas caiu significativamente em relação a igual período de 2011.
Na média das 17 cidades pesquisadas, o trabalhador que ganha salário mínimo necessitou cumprir uma jornada de trabalho com de 85 horas e 53 minutos, uma hora a mais do que o tempo exigido em março. Já em abril de 2011, a mesma compra necessitava de 94 horas e 41 minutos.
Cesta básica
A cesta básica ficou mais cara na maioria das cidades pesquisadas pelo Dieese em abril. A Pesquisa Nacional da Cesta Básica indicou que houve uma alta de preço em 15 das 17 capitais, com destaque para o avanço de 3,80% em Manaus. Na cidade de Fortaleza, o valor dos alimentos de primeira necessidade subiu 3,54%, seguido por Natal (2,93%) e Salvador (2,84%).
Houve retração de preços em apenas duas capitais: Rio de Janeiro (-1,83%) e Belo Horizonte (-0,82%).
No acumulado de 2012, contudo, seis das capitais pesquisadas registram variação negativa no preço. As maiores quedas do período são vistas em Vitória (-4,81%), Goiânia (-4,60%) e Rio de Janeiro (-4,13%). Em contrapartida, as maiores altas estão em João Pessoa (6,24%), Natal (6,15%) e Aracaju (5,65%). São Paulo não teve variação no preço.
No acumulado dos últimos 12 meses até abril, Natal (-1,74%), Rio de Janeiro (-1,22%) e Goiânia (-0,76%) tiveram queda. Os destaques de altas ficaram com Recife (10,86%), João Pessoa (9,14%), Manaus (7,77%), Belém (7,35%) e Salvador (7,15%).
Veículo: DCI