O aumento dos preços dos alimentos processados, que impulsionou a alta dos bens finais no Índice de Preços ao Consumidor Amplo - Disponibilidade Interna (IPA-DI) em abril deve chegar ao consumidor já em maio, informou ontem a Fundação Getúlio Vargas (FGV). Os alimentos processados saíram de uma alta de 0,36% em março para 1,70% em abril.
Contribuíram para este resultado os aumentos em açúcar refinado (de -1,95% para 1,87%), arroz beneficiado (de 0,30% para 1,19%), carne bovina (de -0,50% para 3,35%), carne suína (de -1,74% para 1,44%) e leite industrializado (de 1,49% para 2,26%).
"A gente pode esperar em maio algum repasse da carne bovina, porque os preços no atacado e no varejo andam juntos e o repasse não é demorado", afirmou Salomão Quadros, coordenador de Análises Econômicas do Instituto Brasileiro de Economia (Ibre) da FGV. "Os laticínios estão em fase de entressafra, mas não sei dizer se tem algum fator agravante", disse.
Segundo ele, parte do aumento da carne bovina deve-se a um novo fôlego nas exportações. "O câmbio está ajudando. O mercado interno não teve assim uma reação de demanda tão forte. Mas o preço da carne é um só. O preço que a gente vai pagar no mercado interno vai subir, nem que seja por uma melhora da competitividade da carne importada".
Também aceleraram a alta de preços o óleo de soja refinado (de 3,00% para 7,87%) e a margarina (de 2,24% para 6,25%). "Alguns efeitos de alimentos vão chegar rapidamente ao varejo, mas não necessariamente com essa mesma intensidade", ponderou Quadros.
A variação acumulada do IGP-DI até abril ficou em 3,86%, contra 3,32% nos 12 meses acumulados até março.
Veículo: Diário do Comércio - MG