Milho e feijão puxam a alta.
O aumento da produção de milho e de feijão segunda safra está impulsionando a safra de grãos em Minas. De acordo com os dados do oitavo Levantamento da Safra 2011/12, elaborado pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), o Estado deverá produzir 11,79 milhões de toneladas de grãos, alta de 10,7% frente à safra anterior. Caso seja alcançado o resultado, a produção será recorde.
Enquanto a produção estimada para o Estado foi ampliada em 10,7%, a área ocupada com o cultivo de grãos aumentou apenas 2,6%, atingindo 2,943 milhões de hectares. O incremento na produtividade foi de 7,9%, com 4,007 toneladas geradas por hectare. Os investimentos em tecnologia e sementes com alto potencial produtivo contribuem para o incremento.
De acordo com o superintendente de Política e Economia Agrícola da Secretaria de Estado da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa), João Ricardo Albanez, os produtores mineiros estão investindo nos tratos culturais e na aquisição de sementes precoces e com alto potencial de produção. A iniciativa tem feito com que o Estado se encaixe na tendência mundial de expandir o volume de grãos através do ganho em produtividade, evitando a abertura de novas áreas para a produção.
"Nos últimos anos percebemos que o índice de crescimento da área ocupada é bem inferior ao aumento da produção. Isto mostra que o produtor mineiro investe em tecnologia e em sementes de alto potencial produtivo e de ciclo precoce. Estes investimentos permitem a realização de mais ciclos produtivos e descartam a necessidade de abertura de novas áreas", diz Albanez.
A valorização dos grãos incentivou os mineiros a investirem nas culturas. A produção da primeira safra de milho, que está em plena colheita, deverá render ao Estado 7,038 milhões de toneladas, alta de 13,6% sobre as 6,198 milhões de toneladas produzidas em igual safra do ano passado. A produtividade do cereal está em torno de 5,8 toneladas por hectare. Os investimentos em tecnologia e sementes de alta qualidade, aliados ao clima favorável, proporcionaram a alta. A área destinada ao cultivo é de 1,207 milhão de hectares, aumento de 5,2%.
A segunda safra do produto também terá expansão significativa de 49,4% e produção estimada em 491 mil toneladas. A área destinada ao plantio é de 95,1 mil hectares, incremento de 65,7%.
Segundo a Conab, a lavoura do milho segunda safra foi bastante favorecida pelo clima. Desde a semeadura da soja, que, com a ocorrência de chuvas no mês de outubro de 2011 possibilitou o plantio da lavoura dentro do período ideal, para proporcionar a semeadura do milho segunda safra dentro da janela ideal, ou seja, final de janeiro até a primeira quinzena de março de 2012. Com isso, o desenvolvimento da cultura está muito bom em todos os estados produtores.
No caso do feijão, após registrar queda de 3,4% na produção ao longo da primeira safra e a oferta ficar inferior à demanda, favorecendo preços recordes pagos pelo grão, os produtores retomaram os investimentos para a segunda safra.
O levantamento da Conab aponta que a produção de feijão na segunda safra será de 208,1 mil toneladas, variação positiva de 17,6% frente às 177 mil toneladas geradas em igual safra anterior. A produtividade ficará 6% superior, com rendimento de 1,3 tonelada por hectare.
Já a produção de soja ficará 2,9% superior à registrada na safra passada. A colheita do produto está em fase final. A expectativa é colher 2,998 milhões de toneladas, frente às 2,913 milhões de toneladas geradas anteriormente. A área de plantio ficou 1,8% maior, com 1,005 milhão de hectares destinados à soja. A redução do espaço foi compensada pelo ganho em produtividade, que ficou 4,8% superior nesta safra, com 2,9 toneladas colhidas por hectare.
Algodão - Após o crescimento significativo na safra passada, a produção de algodão em caroço no Estado está 4,5% inferior, com volume estimado em 110,6 mil toneladas. A produtividade foi ampliada em 2%, com média de 3,73 toneladas por hectare. A área apresentou retração de 6,3%, com 29,3 mil hectares disponibilizados para o cultivo do produto.
Em Minas, as lavouras de algodão estão se desenvolvendo bem, com exceção do Norte do Estado, região em que a estiagem provocou abortamento de flores e frutos, o que poderá comprometer a produtividade e a qualidade da produção. As lavouras se encontram predominantemente em fase de floração, frutificação e maturação. A colheita deve ocorrer entre março e setembro.
Veículo: Diário do Comércio - MG