As cotações do algodão encerraram a sexta-feira a 78,48 centavos de dólar por libra-peso na bolsa de Nova York (contrato outubro), em queda de 312 pontos, e já estão, portanto, abaixo do custo de produção no Brasil - estimado em 80 centavos de dólar por libra-peso ao câmbio atual.
Segundo estimativas de mercado, nesta temporada no Brasil, a 2011/12, em torno de 1 milhão de toneladas - das 1,950 milhão que devem ser produzidas segundo a Conab - já estão vendidas antecipadamente a preços médios 15 centavos de dólar acima das atuais cotações de Nova York. No entanto, afirmam especialistas, ainda há a outra metade da safra brasileira para ser vendida. Além disso, a diferença entre os preços fixados antecipadamente e as cotações atuais pode trazer dificuldades de cumprimento de contratos na entrega do produto.
Em Nova York, a commodity registrou quedas nas últimas oito sessões. Com o tombo de sexta-feira, o algodão atingiu o menor valor desde 29 de julho de 2010. "Os traders ficaram surpresos, ninguém esperava uma queda abaixo de 80 centavos de dólar por libra-peso", afirma Christian Reich, sócio-diretor da Fibra Corretora. Pesam sobre os preços os estoques globais elevados e a maior produção na safra 2012/13 nos EUA, principal exportador mundial.
Veículo: Valor Econômico