As vendas do comércio varejista restrito subiram 0,2% em março na comparação com fevereiro, na série com ajuste sazonal, informou ontem o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Na comparação com março do ano passado, os negócios cresceram 12,5% em igual mês deste ano. Até março, as vendas do varejo restrito acumularam altas de 10,3% no ano e de 7,5% no período de 12 meses. As informações constam da Pesquisa Mensal de Comércio (PMC).
Quanto ao varejo ampliado, que inclui as atividades de material de construção e de veículos, as transações apresentaram avanço de 0,6% no mês de março ante fevereiro, na série com ajuste sazonal.
Na comparação com março do ano passado, esse mesmo recorte de negócios registrou alta de 10,2%. Até março, as vendas do comércio varejista ampliado acumulam crescimento de 7,3% no ano e de 6,7% nos últimos 12 meses.
A receita nominal do comércio varejista aumentou 0,3% na passagem de fevereiro para março deste ano. Na comparação com março de 2011, a expansão foi de 15,4%. No ano, a receita acumula uma elevação de 13,9% e, em 12 meses, de 12,1%.
A receita do varejo ampliado subiu 0,6% em março ante fevereiro. Na comparação com março de 2011, houve avanço de 12%. No ano, o aumento é de 9,4% e, em 12 meses, de 9,2%.
Revisão – O IBGE revisou a taxa do volume de vendas do comércio varejista em fevereiro ante janeiro, de baixa de 0,5% para 0%. A taxa de janeiro ante dezembro de 2011 também foi revisada, de 3,3% para 3,2%. Já o volume de vendas do varejo ampliado em fevereiro ante janeiro foi revisado de queda de 1,1% para recuo de 0,8%.
Juros – Na avaliação de Reinaldo Pereira, gerente da Coordenação de Serviços e Comércio do IBGE, a pressão do governo pela redução dos juros ao consumidor deve ajudar as vendas do comércio varejista nas próximas leituras da PMC. "Os bancos vêm baixando os juros de crédito direto ao consumidor, cheque especial, cartão de crédito. E isso realmente é um estímulo para o consumo. Então, temos de aguardar para ver qual será o impacto dessas medidas no comércio varejista", afirmou.
Pelo menos três atividades, entre as dez que integram o varejo ampliado na pesquisa, podem ser beneficiadas pela redução nos juros bancários. "Algumas atividades são mais sensíveis a crédito: eletroeletrônicos, automóveis e a parte de informática também. Então, repercute por aí (a redução nos juros)", declarou o gerente do IBGE.
Na avaliação de Pereira, é possível que o corte nos juros ajude a diminuir a inadimplência nos financiamentos de veículos, fazendo com que as financeiras voltem a facilitar o crédito para o consumidor. Para o gerente, há esperança de melhora no horizonte.
"Se o crédito for mais facilitado por causa de juros menores, essa inadimplência, por exemplo, vai diminuir, e acredito então, que a oferta por parte dos bancos e das financeiras deve aumentar. Isso vai ampliar o consumo", concluiu Pereira.
Veículo: Diário de Comércio - SP