Crise de liquidez e dificuldade de obtenção de crédito farão com que setor em Minas pise no freio em 2009.
O setor supermercadista já prevê investimentos menores para 2009 em função da crise econômica mundial. O planejamento divulgado pela Associação Mineira de Supermercados (Amis) estima que no próximo ano sejam aplicados R$ 130 milhões na construção de 25 novas unidades, além da reforma de mais 30 pontos-de-venda. O volume do aporte previsto é 28% menor do que o registrado em 2008.
Neste ano foram inauguradas 40 lojas e 55 supermercados foram reformados. De acordo com o superintendente da entidade, Adilson Rodrigues, a estimativa para o próximo ano só será concretizada se houver maior agilidade na liberação de recursos, principalmente pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), e se não houver grande retração no ritmo de consumo.
Segundo ele, os supermercadistas normalmente utilizam capital próprio para investir, mas complementam os aportes com financiamentos. "Desde que a crise se instalou, a liberação de crédito tem sido extremamente burocrática, além de ter ficado mais cara. As empresas fazem planejamento para 2009, mas tudo vai depender de como o mercado irá se comportar", avaliou. Antes da modificação no cenário a perspectiva era de um investimento entre 30% e 40% maior do que o deste ano.
Também é esperado um crescimento menor dos resultados no próximo exercício, de 3%, frente aos 4,5% previstos para 2008. No fechamento do atual exercício o setor deve alcançar um faturamento de R$ 12 bilhões. "A palavra de ordem agora é cautela. Os empresários devem acompanhar o desenrolar da economia diariamente para não correr o risco de serem surpreendidos", enfatizou.
Demanda - A estimativa é que em 2008 sejam criados 7 mil postos de trabalho, totalizando 120 mil empregos gerados pelo setor no Estado. Para 2009 a previsão é de 5 mil novas vagas, somente para as unidades que começarão a funcionar no próximo ano.
De acordo com Rodrigues, o setor já trabalha com um quadro enxuto e mesmo com a previsão de um crescimento menor, não deve haver cortes no efetivo dos supermercados mineiros.
Conforme o superintendente da Amis, antes do início da crise o governo já estava adotando medidas para conter o crescimento, pois o ritmo de consumo era tão aquecido que não havia como atender toda a demanda.
"O Brasil estava com problemas de infra-estrutura e carência de mão-de-obra. Em um primeiro momento da crise enfrentamos algumas dificuldades, mas aos poucos haverá uma acomodação natural e a situação será normalizada", avaliou. A perspectiva é que no próximo ano não haja forte redução no volume de compras dos supermercados.
Veículo: Diário do Comércio - MG