Produtores priorizam comercialização de estoques restantes de 2011.
A comercialização da safra 2011/12 de café em Minas Gerais já atingiu 90% do volume produzido. Segundo o levantamento da consultoria Safras & Mercados, para uma safra estimada em 24,20 milhões de sacas de 60 quilos, 21,80 milhões de sacas foram comercializadas até a primeira quinzena deste mês. O ritmo de negociação está inferior ao observado em igual período da safra anterior, quando 94% da safra já haviam sido comprometidas.
Em relação à nova safra, segundo o analista da Safras & Mercados, Gil Barabach, a colheita da safra 2012/13 ainda está no começo, mas o ritmo de negociações do grão está bem abaixo do normal para o período. O levantamento da consultoria mostra que os produtores brasileiros comprometeram até agora, de forma antecipada ou física do produto, apenas 9% da safra esperada, quando a média para o período gira em torno dos 20%.
Segundo a consultoria, o produtor está priorizando as vendas do café restante da safra 2011, que ainda apresenta disponibilidade elevada para esta época do ano. A alta do dólar acelerou o interesse de venda. Mas os compradores seguem na defensiva, adquirindo apenas o necessário para atender à demanda e aguardando o aumento da oferta do café da nova safra. A expectativa é que a elevação da oferta impacte os preços.
"A comercialização da safra nova segue baixa, com comprometimento bem inferior ao normal para o período do ano. O interesse pela comercialização aumentou um pouco nos últimos dias, em virtude do dólar", disse.
De acordo com o levantamento da Safras & Mercados, em Minas Gerais, a safra de café 2011/12 já teve 90% do volume comercializado. No período produtivo anterior, o volume negociado alcançava 94%. Em relação a março, houve avanço de seis pontos percentuais nas negociações, que foram estimuladas pela desvalorização do real frente ao dólar.
Nas regiões Sul e Centro-Oeste do Estado, responsáveis pela produção de 15,5 milhões de sacas de café, as negociações da safra 2011/12, até a primeira quinzena deste mês, abrangeram 88% do volume. Até março o percentual era de 83%. Em igual período da safra anterior, as comercializações já haviam comprometido 93% do volume produzido.
O Sul de Minas, segundo Barabach, está com as vendas aquecidas. As cooperativas estão aproveitando o dólar mais alto e a reação interna para aumentar os lotes ofertados no mercado, favorecendo o andamento das vendas. A chegada da safra nova e a necessidade de caixa de alguns produtores também justificam a postura.
No Cerrado, com produção estimada em 4,3 milhões, 93% da safra ou 4 milhões de sacas já foram comercializadas. Em igual intervalo da safra passada o índice era de 95%.
Na Zona da Mata, onde é esperada uma produção de 7,4 milhões de sacas, as negociações já abrangeram 92% do volume total, o que corresponde a 6,8 milhões de sacas. O índice negociado no período produtivo anterior era de 96%.
Brasil - Em todo o país, os dados da Safras & Mercados mostram que a comercialização da safra de café 2011/12, até a primeira quinzena de maio, já engloba 92% da produção total obtida no último ano-safra.
Com isso, já foram comercializados pelos produtores brasileiros 43,84 milhões de sacas de 60 quilos de café, tomando-se por base a projeção de Safras & Mercado, de uma safra de 47,7 milhões de sacas. No mesmo período do ano passado, a comercialização estava em 93%. Em relação ao final de março, houve avanço de seis pontos percentuais na comercialização da safra 2011/12.
A produção de café arábica beneficiado em Minas Gerais, na safra 2012/13, está estimada 26,34 milhões de sacas, o que significará alta de 20,4%, se alcançada, quando comparada com o volume produzido anteriormente.
Mesmo com os preços atuais em torno de R$ 350 por saca, os produtores mineiros estão otimistas com o mercado e esperam a retomada dos preços, que devem ficar entre R$ 450 e R$ 500.
Um dos principais pontos que deverá contribuir para a valorização do grão são os estoques mundiais de café, ainda baixos. Com isso, a tendência é de aquecimento da demanda, o que é essencial para alavancar os preços.
Veículo: Diário do Comércio - MG