Alta no 1º quadrimestre foi de 3,32%.
Os custos da produção de leite em Minas Gerais no mês passado foram 0,08% superiores aos observados em março. No acumulado do primeiro quadrimestre, o incremento ficou em 3,32%. Com a elevação registrada em abril, o Índice de Custo de Produção de Leite (ICPLeite), calculado pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, Unidade Gado de Leite (Embrapa Gado de Leite), manteve a seqüência de alta nos preços dos insumos utilizados nos sistemas de produção de leite iniciada em novembro de 2011.
Segundo os dados da Embrapa Gado de Leite, em abril, a variação de apenas 0,08% se deve ao recuo dos custos observados em alguns grupos. O segmento de concentrado apresentou a maior queda no período, 0,28%, justificada pela redução dos custos com a produção de ração. A retração foi atribuída à desvalorização do preço pago pelo milho. O grupo é o principal item na formação do ICPLeite, com participação de 57,4% na composição do índice.
No mês passado, também apresentaram recuo de preços os grupos de reprodução, com queda de 0,17%, e mão de obra, que ficou 0,12% mais barata em abril, quando comparado a março.
Nos demais insumos utilizados na pecuária de leite foram observadas altas ao longo do mês anterior. A maior variação positiva foi registrada no grupo sal mineral, que teve incremento de 4,76%. Seguida pelo grupo de qualidade do leite, com valorização de 3,97%; produção e compra de volumosos, 0,36%; sanidade, com 0,34%; e o grupo energia e combustível, que encerrou o mês passado com aumento de 0,18% sobre março.
Segundo o levantamento da Embrapa Gado de Leite, a alta no grupo de sal mineral foi impulsionada pelo aumento de preços do sal comum e dos ingredientes utilizados na mistura mineral. Já no grupo qualidade do leite, a variação ocorreu no preço da tintura iodo, que teve alta de 10%, e dos detergentes utilizados para a higienização da ordenhadeira mecânica e do tanque de resfriamento.
Os custos com o desenvolvimento da pecuária de leite também tiveram incremento ao longo dos primeiros quatro meses do ano. A variação calculada pela Embrapa Gado de Leite foi de 3,32% sobre igual período de 2011.
A alta do grupo foi provocada, principalmente, pelos incrementos registrados nos insumos dos grupos de mão de obra, 11,92%, e sanidade, 11,23%. No caso da mão de obra, o reajuste do salário mínimo puxou o encarecimento do grupo. Também tiveram reajustes positivos os grupos de qualidade do leite, com alta de 7,35%, seguido por energia e combustível, 3,88%; concentrado, com aumento de 3,10%; e reprodução, que ficou praticamente estável, com variação positiva de apenas 0,23%.
Recuos - No acumulado do ano, dos oito grupos pesquisados somente em dois foram registrados recuos nos custos. No grupo de sal mineral a queda foi de 1,43% e no de produção e compra de volumosos de 0,12%.
Entre abril de 2011 e igual mês de 2012, a alta apurada pela Embrapa nos custos de produção da pecuária leiteira foi de 15,42%. A principal causa apontada para o incremento observado nos últimos 12 meses foi a valorização dos itens que compõem o grupo de produção e compra de volumosos, que no período aumentou expansão de 31,82% frente igual intervalo anterior. O grupo responde 21,03% da composição do ICPLeite.
Todos os oito grupos pesquisados nos últimos 12 meses tiveram incremento nos custos de produção. No segmento de qualidade do leite, a alta acumulada ficou em 28,23%, seguido pelo grupo de sal mineral, com 24,83%; sanidade, 24,76%; mão de obra, 15,8%; energia e combustível, 11,56%; reprodução, 10,49%; e concentrado com alta de 8,4%.
Segundo o levantamento da Embrapa, no grupo produção e compra de volumosos, onde foi verificada a maior alta no acumulado dos 12 meses, a variação foi conseqüência do aumento nos preços dos insumos para a silagem e dos preços da cana-de-açúcar. Além disso, houve reajuste positivo nos itens usados para a manutenção de pastagens, tais como fertilizantes, herbicidas e sementes.
Em qualidade do leite, a variação se deve à alta nos preços de detergentes utilizados para higienização dos tanques de armazenagem e ordenhadeiras. O grupo concentrado foi impulsionado pela variação nos preços de ingredientes que compõem a ração de vacas leiteiras, principalmente o milho, farelos de trigo, soja e algodão, assim como da poupa cítrica.
Veículo: Diário do Comércio - MG