Para a indústria têxtil, que possui um pólo de mais de 3 mil fábricas e 70 mil funcionários no Vale do Itajaí, o principal problema criado pelas enchentes foi a situação dos funcionários, que tiveram dificuldades em comparecer às unidades. "Muitos não compareceram por dificuldades com transporte, ou porque ficaram ilhados em algum lugar, ou porque tiveram sua casa destruída", disse Ulrich Kuhn, presidente do Sindicato das Indústrias de Fiação, Tecelagem e do Vestuário de Blumenau (Sintex).
De acordo com ele, com a ausência dos funcionários, a ocupação das fábricas na terça-feira chegou a apenas 15%. Ontem o nível já havia subido para 30% e, em sua previsão, caso não volte a chover nos mesmos volumes, a situação já deve estar normalizada no início da próxima semana.As perdas com as reduções no pólo de Blumenau, nos piores dias, podem chegar a US$ 15 milhões diários, calcula o Sintex. A produção da região é de cerca de US$ 200 milhões ao mês e, somado todo o estado de Santa Catarina, representa 15% da produção têxtil total do País. Se considerado apenas o segmento de malharia e cama, mesa e banho, especialidades do pólo, a participação da região sobe para cerca de 50% de todo o cenário nacional.
Apesar de não sofrerem grandes estragos estruturais, as instalações industriais do setor na região tiveram pequenos prejuízos com alagamento em estoques, corte de energia elétrica e desabastecimento de gás.
A dificuldade dos funcionários levou empresas como a Votorantim Cimentos a desviar água potável de sua fábrica catarinense, localizada em Itajaí, para residências da comunidade local.
A unidade da Votorantim, que produz 1,8 mil toneladas diárias de cimento que abastecem todo o Sul, está paralisada desde sábado, informou a empresa. Uma unidade no Paraná e outra no Rio Grande do Sul, embora não tenham tido problemas com produção, estão com dificuldades de fornecimento devido ao bloqueio nas estradas.
Veículo: Gazeta Mercantil