A chuva pode até cessar no Estado, mas os prejuízos nas plantações estão só começando. Há três meses sob a incidência de incessantes precipitações, boa parte das lavouras deve ser perdida. De acordo com o último levantamento da Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina (Epagri), o fumo e o arroz serão os mais prejudicados. No caso do tabaco, 55% do que está sendo cultivado deve ser afetados em Joinville. A perda está estimada em 15% da produção.
A chuva atingiu em cheio o Vale do Itajaí - pólo produtor de arroz - e o litoral norte, que juntos são responsáveis por mais de um terço da safra catarinense. Além disso, o litoral centro (Grande Florianópolis), onde as áreas são cultivadas com hortaliças foram quase totalmente destruídas.
As perdas que ainda serão contabilizadas nas lavouras de arroz podem chegar a 20% da produção em Tubarão, onde 98% do plantio já estava concluído. Em Criciúma, responsável por 27% da área cultivada em Santa Catarina, a quebra pode superar as estimativas. Levantamento da Epagri aponta para uma perda total de 10 a 12% da produção. Em alguns casos houve perda total e já se cogita o replantio, o que reduziria a quebra de safra, mas aumentaria os prejuízos do produtor.
A variação brusca de temperatura e o baixo índice de insolação também dificultaram o preparo do solo, o plantio e o desenvolvimento das lavouras de verão. No caso das culturas de inverno, as intempéries interferiram na colheita e na qualidade. Os 15% de cebola já colhidos apresentam baixa qualidade e as que ainda estão no solo podem estar em situação ainda pior.
Veículo: Gazeta Mercantil