Caem as importações em portos-secos

Leia em 3min 50s

De janeiro a maio, desembaraços nas aduanas instaladas no Estado registraram recuo de 0,5%.

 

Depois de sucessivas altas do começo do ano até abril, os desembaraços nos portos-secos do Estado registraram queda de 0,5% no acumulado até maio frente ao mesmo período de 2011. O arrefecimento do consumo interno, a crise financeira na Europa, as restrições argentinas à entrada de produtos brasileiros e a escalada do dólar foram os principais fatores que causaram a retração dos desembaraços.

 

Entre janeiro e maio, as importações nas aduanas mineiras somaram US$ 2,282 bilhões, 0,5% menos que os US$ 2,295 bilhões movimentados em igual intervalo do ano passado. Além da retração, os fiscais da Receita Federal do Brasil (RFB) que trabalham nos portos-secos do Estado paralisaram os desembaraços da importação de mercadorias de maior risco há dois dias.

 

Segundo o presidente do Sindicato dos Despachantes Aduaneiros de Minas Gerais (Sdamg), Frederico Pace Drumond, uma das reivindicações é o aumento do quadro de agentes nas aduanas estaduais. "A carência da equipe de fiscais da Receita preocupa porque isso reflete no aumento do tempo para o desembaraço das mercadorias", afirma. Até o fechamento desta edição, não havia previsões se o movimento dos fiscais seria normalizado hoje.

 

Conforme dados da Superintendência Regional da RFB em Minas Gerais, a aduana de Juiz de Fora (Zona da Mata), ao contrário do resultado geral, continua com forte alta nos desembaraços. O porto-seco desembaraçou US$ 140,9 milhões em mercadorias de janeiro a maio, 113,9% a mais que as importações no mesmo período de 2011 (US$ 65,8 milhões). Os desembaraços na zona aduaneira representaram 6,1% do total.

 

Projetos de expansão - O movimento na aduana de Juiz de Fora está sendo impulsionado pelas importações de equipamentos destinados a projetos de expansão de empresas no Estado. Entre elas, estão os investimentos da ArcelorMittal Brasil S/A, subsidiária do grupo ArcelorMittal, do grupo Gerdau e da Cimentos Tupi, que juntas respondem por 80% dos desembaraços no porto-seco.

 

O Aeroporto Internacional Tancredo Neves (AITN), em Confins, na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH), movimentou a metade (50,1%) do total das importações feitas através das aduanas estaduais entre janeiro e maio. No período, os desembaraços somaram US$ 1,145 bilhão, 32,5% mais que em igual intervalo de 2011 (US$ 864 milhões).

 

Em Betim, também na RMBH, o porto-seco Granbel, controlado pela Usifast e um dos mais importantes do Estado, teve participação de 25,6% nas importações das aduanas estaduais no acumulado do ano até maio. Porém houve queda de 35% em relação ao mesmos meses de 2011, Nesta compração, foram US$ 584,4 milhões sobre US$ 899,7 milhões.

 

Apesar da queda em valores, o presidente do Sdamg, explica que, em volumes, não houve retração. "A aduana de Betim é a mais importante do Estado, atendendo a uma variedade grande de clientes em toda a RMBH. A queda neste caso está relacionada a algum movimento específico que aconteceu em 2011", destaca Drumond.

 

A aduana de Varginha (Sul de Minas) desembaraçou US$ 220,6 milhões nos cinco primeiros meses deste ano. No confronto com os desembarques do mesmo período de 2011 (US$ 233,2 milhões), houve retração de 5,4%. O porto-seco teve participação de 9,6% do total no Estado.

 

As importações por meio da aduana de Uberaba (Triângulo Mineiro) aumentaram 26,6% entre janeiro e maio na comparação com o mesmo período de 2011. Neste confronto, foram US$ 158,3 milhões ante US$ 125 milhões. Em relação ao total estadual, a participação foi de 7%.

 

O pior desempenho entre as aduanas do Estado em termos de importações foi o do terminal de Uberlândia, também no Triângulo Mineiro. De janeiro a maio, o porto-seco desembaraçou US$ 32,2 milhões sobre US$ 107,3 milhões em idêntico intervalo de 2011, queda de 69,9%. A zona aduaneira teve participação de apenas 1,4% do total de Minas.

 

Contramão - As exportações por meio das aduanas estaduais, ao contrário das importações, estão crescendo. Entre janeiro e maio, os embarques somaram US$ 532,5 milhões, 32,7% de expansão frente ao resultado dos mesmos cinco meses de 2011 (US$ 401,2 milhões). O terminal de Confins, onde as vendas externas somaram US$ 174,5 milhões, respondeu por 32,7% do total. Em seguida, os embarques por meio da aduana de Varginha somaram US$ 109 milhões, o que corresponde a uma fatia de 20,4%.

 


Veículo: Diário do Comércio - MG


Veja também

Sandéleh Alimentos conquista prêmio internacional

A Sandéleh Alimentos, líder em processamento de conservas no Brasil, conquistou na última semana o ...

Veja mais
Indústria em Minas tem fraca expansão

Desempenho local deve acompanhar o ritmo do setor no país, que teve alta de 2,09% nas vendas em maio.   Fa...

Veja mais
Aurora investe na Campbell's

A Aurora Fine Brands, importadora e distribuidora de marcas alimentícias premium, traz para o Brasil  neste ...

Veja mais
Seca faz preço do feijão subir

Valor ao produtor aumentou 31,4% em relação a 2011, e supermercados projetam alta de mais 20%   A s...

Veja mais
Batavo volta às gôndolas com miniaturas de bichos

A promoção É o Bicho, da Batavo, está de volta aos supermercados. A ação, que ...

Veja mais
Cacau Show abrirá 220 pontos de venda neste ano

Loja de chocolates projeta aumento de 20% nas vendas e mira regiões Norte e Nordeste   A cada semana a Cac...

Veja mais
Varejo deve investir pesado no marketing visual

Em tempos de integração e convergência no varejo, quem não investir no visual e nos apelos se...

Veja mais
Agricultores de São Paulo apostam no cultivo de mini hortaliças

Plantas são colhidas ainda na fase de desenvolvimento.Preço na hora da venda é bem maior para os pr...

Veja mais
Indústria de alimentos e bebidas pede incentivos

As recentes medidas adotadas pelo governo para estimular o consumo são importantes, mas não suficientes pa...

Veja mais