Desempenho local deve acompanhar o ritmo do setor no país, que teve alta de 2,09% nas vendas em maio.
Fabricantes esperavam uma alta mais expressiva nas vendas com a proibição das sacolas plásticas
A indústria de papel e papelão de Minas Gerais segue o mesmo ritmo do setor no país, que apresenta um baixo crescimento mensal, e frustra industriais do segmento. Segundo dados preliminares divulgados pela Associação Brasileira do Papelão Ondulado (ABPO), as vendas somaram 287.070 toneladas em maio, o que equivale a uma alta de 2,09% frente ao mesmo período do ano passado. No Estado, as expectativas são de um percentual próximo a esse de elevação das vendas, segundo o presidente do Sindicato das Indústrias de Celulose, Papel e Papelão no Estado de Minas Gerais (Sinpapel-MG), Antônio Eduardo Baggio. A expectativa dos fabricantes mineiros era de altas mais expressivas após a proibição do uso de sacolas plásticas em Belo Horizonte, um dos mercados consumidores mais fortes.
"Crescer 2% é o mesmo que não crescer nada. Precisamos chegar ao fim do ano para quantificarmos de quanto será verdadeiramente a evolução das vendas", afirma Baggio. Os números referentes às vendas de maio em Minas ainda não foram divulgados, por isso os 2% aproximados são apenas uma estimativa. Os números consolidados de abril mostraram crescimento de 2% frente a março e de 6% no acumulado de janeiro a abril ante igual período de 2011.
Segundo Baggio, os industriais mineiros se prepararam para um aumento muito mais expressivo nas vendas em decorrência da proibição do uso sacolas plásticas em Belo Horizonte, que passou a valer em abril do ano passado. Mais de um ano depois, não ocorreu nenhuma alteração na demanda. "As lojas continuam distribuindo sacolas plásticas como se nada tivesse acontecido. E as que não dão a sacola plástica optaram pelas compostáveis, que estão sendo vendidas e têm custos inferiores às de papelão", afirma.
Os dados nacionais também mostram que no acumulado do ano não há grande aumento do consumo dos papelões e papéis. A pesquisa da ABPO mostra que entre janeiro e maio deste ano foram expedidas 1,325 milhão de toneladas de caixas, acessórios e chapas de papelão ondulado. No ano anterior, havia sido 1,298 milhão de toneladas. Em 2010, o número foi um pouco inferior, de 1,290 milhão de toneladas.
Custos - Para Baggio, o setor enfrenta fortes dificuldades em decorrência do custo Brasil. "Nós, assim como os outros ramos da atividade econômica, sofremos com problemas de alta carga tributária, com recolhimento de impostos de forma antecipada e com a falta de infraestrutura que aumenta o custo do transporte das cargas. Isso sem contar os encargos trabalhistas e a burocratização dos processos", afirma.
Minas Gerais possui a quarta maior indústria de papel e papelão do país. Ficam na frente do Estado, São Paulo, Paraná e Santa Catarina. Internamente, as cidades que se destacam são as localizadas na Região Metropolitana de Belo Horizonte, Juiz de Fora, alguns municípios do Triângulo Mineiro e do Sul de Minas, nessa ordem. Ao todo, são 200 empresas que geram cerca de 28 mil empregos. Há cerca de cinco anos, eram 300 empresas e 33 mil postos de trabalho.
Veículo: Diário do Comércio - MG