A Organização Mundial do Comércio (OMC) afirmou ontem que as tarifas de importação de bananas da União Européia ferem as regras de comércio global, colocando países da América Latina em posição desfavorável em relação às colônias francesas e britânicas.
A decisão do Painel de Controversas da OMC confirma a decisão de abril deste ano e poderá fazer com que os exportadores da fruta latino-americanos peçam ao órgão internacional permissão para aplicar tarifas punitivas sobre produtos europeus, como retaliação.
A ação foi movida pelo Equador, que acusou a UE de provocar prejuízo econômico ao país como resultado da política do bloco que dá condições preferenciais a produtores de banana de ex-colônias da África e do Caribe. A disputa em questão durou mais de 10 anos.
O porta-voz da União Européia, Peter Power, afirmou que o bloco de 27 países aceita a determinação do painel da OMC e que procurará resolver a disputa das bananas "de uma vez por todas", na ocasião da nova rodada de liberalização comercial de Doha, no próximo mês.
Na noite de ontem, no entanto, o Ministério das Relações Exteriores equatoriano informou que não aceitará qualquer acordo agrícola nas negociações internacionais de Doha se os europeus não resolverem a disputa até lá - e com uma solução de longo prazo. "Nosso país não aceitará nenhum consenso para a agricultura se o caso da banana não estiver resolvido até lá", informou a chancelaria.
Veículo: Valor Econômico