As vendas de fogos de artifício devem ter crescimento de pelo menos 30% neste mês ante o mesmo período do ano passado. A previsão é do presidente do Sindicato das Indústrias de Explosivos do Estado de Minas Gerais (Sindemg), José Antônio Miranda. Tanto otimismo no Arranjo Produtivo Local (APL) de Santo Antônio do Monte, na região Centro-Oeste do Estado, tem explicação: a alta do dólar fez com que as importações de produtos chineses também ficassem mais caras, o que levou a uma maior procura por fogos produzidos na região.
Além disso, neste mês há a demanda extra das tradicionais festas juninas em todo o Estado, além das campanhas políticas, que terão início em agosto. "Todos esses fatores devem ser suficientes para que a região recupere o prejuízo do ano passado", avalia Miranda, referindo-se aos números de 2011, quando o setor amargou queda de mais de 25% na produção frente aos resultados de 2010 devido à invasão chinesa no mercado nacional de fogos de artifício.
Das 70 empresas que compõem o APL, pelo menos oito já compram fogos da China e outros sete estão iniciando as negociações com aquele mercado. O número deve aumentar de forma mais acelerada em breve, já que um grupo de empresários de Santo Antônio do Monte esteve na Ásia na tentativa de negociar novos contratos. Conforme dados do Sindiemg, 30% do faturamento do polo hoje provêm da venda de importados.
Nesta época do ano, o APL do município gera cerca de 20 mil postos de trabalho, entre diretos e indiretos. As contratações devem aumentar em pelo menos 10%, já que o mercado de fogos, em função de sua característica sazonal, se reinventou e oferece, atualmente, além dos produtos tradicionais, serviços de shows pirotécnicos para eventos de grande, médio e pequeno portes. "Dentre eles, estão os casamentos em ambientes fechados, bailes de formatura, festas de 15 anos, além de outras datas comemorativas", enumera.
Mão de obra - Segundo o presidente do Sindiemg, a realização de eventos de grande porte, como a Copa do Mundo, em 2014, e as Olimpíadas de 2016, promete trazer mais fôlego à indústria de fogos de artifício nos próximos anos. "O faturamento deve chegar próximo a R$ 100 milhões", prevê. Contudo, o gargalo para o crescimento está na falta de mão de obra qualificada. " um entrave que não deve ser solucionado tão cedo, visto que muitos trabalhadores da região estão migrando para a construção civil em busca de melhores salários", adverte.
Apesar disso, quem trabalha no setor não tem do que reclamar. Nesta época do ano, o movimento nas fábricas de fogos de artifício costuma triplicar, superando a venda do ano inteiro. O proprietário da Fogos ImBrasil, Fernando Antônio dos Santos Júnior, prevê 40% de aumento nas vendas neste mês ante o mesmo período de 2011. "Em véspera de eleição, o movimento nas lojas de fogos de artifício costuma triplicar, superando a venda do ano todo", afirma.
A procura aumenta em uma escala tão grande que a empresa pretende contratar de dez a 20 funcionários diretos e indiretos para trabalhar no período eleitoral. Atualmente, a Fogos ImBrasil conta com clientes de grande porte, como prefeituras, hotéis, pousadas e clubes, além de clientes comuns, que compram para uso familiar.
Veículo: Diário do Comércio - MG