Confecções agregam valor para driblar efeito cambial

Leia em 2min 50s

A moda primavera-verão chegará mais cara às lojas. Principalmente os produtos importados, pressionados pelo aumento da cotação do dólar em relação ao real. O índice varia de produto para produto, em uma margem entre 10% e 15%. Internamente, as fábricas tiveram elevação de custos em função da valorização do algodão e do encarecimento de mão de obra, o que também se reflete nos preços. Para o diretor da Feira Nacional da Indústria da Moda (Fenim), Julio Viana, o maior problema não é a alta, mas a falta de estabilidade na cotação da moeda norte-americana.

Apesar do realinhamento de preços, os empresários participantes da Fenim estão otimistas. A perspectiva é de crescimento entre industriais, importadores, representantes comerciais e lojistas que participam da mostra que começou ontem, no Serra Park, em Gramado, e vai até sexta-feira, 22 de Junho, entre 10h e 19h. A expectativa é baseada no desempenho positivo do primeiro semestre. Mas pode melhorar ainda mais se as baixas temperaturas chegarem para ficar a partir de hoje - data oficial da chegada do inverno - e ajudarem o varejo a reduzir seus estoques.

Para a primavera-verão, as empresas investem em peças mais elaboradas, com tecnologia e acessórios. Na Pitt Jeans, de Santa Cruz do Sul, as pesquisas de produtos, os investimentos em marketing e o aumento do mix de produtos femininos devem levar a marca a fechar 2012 com incremento de 10%.

Considerando-se que outras marcas vêm perdendo espaço e que a Pitt conquistou um aumento anual de 25% em 2010 e 2011, o índice é significativo, segundo o gerente comercial, Eduardo Simon. Já os preços devem se manter, explica Simon, pois apenas 5% da confecção é importada.

Na Fenim, a Pitt apresenta uma novidade: uma calça com enchimento que aumenta o bumbum. Se a intenção for apenas “levantar” essa parte do corpo, a marca traz uma calça com recorte diferenciado e que ajuda a natureza. Calças com aplicações de pedrarias, brilhos e outras que se moldam ao corpo feminino também são sucesso de vendas.

A diretora da Paniz Malhas, Adelaide Paniz, diz que somente no final do ano os aumentos de preços serão detectados. Isso porque a empresa de Farroupilha trabalha com estoques altos e negocia entre os meses de outubro e novembro a compra de fios. Para fugir da concorrência por preço, Adelaide dá a receita: “Todas as peças têm um diferencial de criatividade”, conta.

Na Miss L, confecção plus size feminina de Florianópolis (SC), o sócio Cleverton Almeida explica que os custos aumentaram em torno de 10%. No caso da Miss L, o algodão foi o vilão, pois responde por quase 90% da matéria-prima utilizada na produção das peças.  Mas o fato de trabalhar com um nicho de mercado tão específico - o plus size – e onde a carência por produtos é grande, a consumidora paga.

O diretor das Lojas Graciosa Alexandre Chang detectou um aumento em torno de 15% na moda feminina. “Os aumentos foram gerais, tanto entre nossos parceiros importadores quanto locais, pois muitos dos fabricantes brasileiros também compram matéria-prima lá fora e a mão de obra aumentou bastante”, afirma o empresário.
Mas essa alta não deve atrapalhar o desempenho da rede, que deve crescer 5% este ano. A Graciosa possui oito lojas em Porto Alegre, Caxias do Sul e Bento Gonçalves.



Veículo: Jornal do Comércio - RS


Veja também

Chuvas regulares garantem plantio

Água proporciona retomada do cultivo de trigo Em um indicativo de recuperação do campo, as chuvas r...

Veja mais
Estatal retoma ferrovia no RS

Estudo preliminar ainda será encomendado pela Valec para avaliar ligação que cortaria o Estado Um ...

Veja mais
P&G anuncia parceria com o Walmart na Campanha Jogos Olímpicos

Iniciativa ajudará em projetos educacionais e inclusão social de crianças e jovens da Fundaç...

Veja mais
Estudo inédito da GfK Brasil revela cenário da venda de livros no varejo brasileiro

  Em cinco meses de análise, mais de 150 mil títulos e 4,5 mil editoras foram avaliados; pesqui...

Veja mais
Datas comerciais expõem cautela do consumidor

Um desempenho morno em vendas no Dia das Mães e Dia dos Namorados, duas principais datas do comércio no se...

Veja mais
Governo negocia isenção de ICMS para Farmácia Popular

Preocupado com o elevado déficit da balança comercial do setor de saúde, o governo federal se empen...

Veja mais
Carrefour vai reduzir operação global

Os acionistas do Carrefour descarregaram sua fúria contra o baixo desempenho da varejista francesa ao barrar, ont...

Veja mais
Café robusta amplia participação em 'blends'

Estima-se que o café robusta, estigmatizado pela qualidade inferior ao da espécie arábica, já...

Veja mais
Preço do feijão segue em alta

A redução da oferta do produto está contribuindo para a manutenção das cotaç&o...

Veja mais