Indústria do plástico está pessimista

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Segmento em Minas Gerais deve encerrar este exercício com queda de 5% em relação ao ano passado.


As indústrias de plástico de Minas Gerais deverão fechar o exercício de 2012 no vermelho. O setor, que é um dos "termômetros" da economia, está sofrendo os impactos da redução da demanda por parte de diversos segmentos. E a estimativa do vice-presidente do Sindicato da Indústria de Material Plástico do Estado de Minas Gerais (Simplast), Wagner Andrade, é de retração de 5% frente ao ano passado.

Em 2011, o setor havia crescido em torno de 5%. Segundo Andrade, as justificativas para o resultado negativo neste ano são redução da demanda e dificuldade de concorrer com outros estados. Ele estima que somente as vendas de material plástico para a construção civil tenham caído aproximadamente 25% entre janeiro e maio deste ano em relação ao mesmo período de 2011. "A construção civil está passando por redução de lançamentos e de investimentos", explica.

Estão em queda também as compras de plástico do setor automotivo, mesmo após a redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), que passou a valer neste mês.

Porém, segundo Andrade, o segmento que passou a consumir menos plástico das indústrias mineiras é o de embalagens. O principal motivo é a abertura de novas indústrias em estados como Rio de Janeiro e São Paulo. No primeiro, inclusive, o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços (ICMS) é menor. "Enquanto nós pagamos 18%, no Rio os fabricantes têm desconto sobre a matéria-prima e acabam pagando 2%. E isso tem reduzido nossa capacidade de competir", reclama.

Além disso, as indústrias que apostavam na produção de embalagens plásticas em Minas Gerais têm mudado de atividade, em decorrência da redução do consumo no próprio mercado interno, em decorrência da substituição das sacolas plásticas pelas compostáveis em Belo Horizonte. A maioria delas migrou para a produção de sacos de lixo.

Emprego -O mau momento vivenciado pelo setor tem sido responsável pela redução do número de postos de trabalho e dos investimentos em aumento da eficiência. O vice-presidente do Simplast não soube quantificar de quanto foram as perdas. Mas ele garante que o problema de falta de mão de obra para atuar no segmento se esgotou neste ano em decorrência da capacidade ociosa e conseqüentes demissões. "Empresas que produziam mil toneladas de embalagens por mês, por exemplo, agora fazem 300. E aquelas que já faziam 300 toneladas agora mudaram de ramo ou saíram do mercado", afirma.

Outra questão que deve dificultar ainda mais a vida dos empresários da indústria plástica é o possível aumento da matéria-prima em função da valorização do dólar. Como parte do polietileno usado no país é importado, a tendência é que o preço dos insumos suba nos próximos meses.

A indústria mineira deste setor é a quinta maior do país. Fica atrás de São Paulo, Rio de Janeiro, Bahia e Santa Catarina. Conforme os dados nacionais, o valor da produção aumentou 17,1% em 2011 frente a 2010, passando de R$ 2.203.975 para R$ 2.580.226. O número de empregados também passou por uma elevação e subiu de 8.514 para 8.693. Isso equivale a um incremento de 2,1%.

Para Andrade, as medidas governamentais de estímulo à indústria não serão suficientes para melhorar o setor. Isso porque, ele acredita que as mudanças fazem efeito apenas a curto prazo. "Nós somos afetados juntamente com a indústria como um todo por essa falta de planejamento a longo prazo do governo. Para se ter ideia, se aumentam as importações, nossas vendas caem porque os produtos já vêm embalados", justifica.


Veículo: Diário do Comércio - MG


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