A colheita de milho ainda está em ritmo lento nas principais regiões produtoras de segunda safra. Segundo pesquisas do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), no Paraná e Rio Grande do Sul ainda são poucas as lavouras prontas para serem colhidas. Já o clima úmido na semana passada atrapalhou a entrada das máquinas no campo.
Em outras regiões, como o Mato Grosso do Sul, produtores devem dar início aos trabalhos de colheita no final deste mês. Em Mato Grosso, poucas lavouras foram colhidas. Conforme o Cepea, a comercialização segue lenta no mercado spot, mas boa parte da produção já está comprometida. Compradores dessas regiões continuam retraídos, na expectativa da grande oferta nas próximas semanas.
Em Goiás, a boa safra de verão e a expectativa de produtividade excelente na segunda safra continuam dando o tom baixista aos preços. No Triângulo Mineiro, onde a colheita de verão está quase finalizada, a situação é semelhante. São estas regiões, principalmente, que seguem pressionando os preços nas praças paulistas, importadoras líquidas de milho.
Entre 11 e 18 de junho, o Indicador Esalq/BM&FBovespa teve queda de 2,5%, fechando a R$ 23,80 a saca de 60 kg na segunda, dia 18. Se considerada a taxa de desconto NPR, também na região de Campinas, o preço médio à vista foi de R$ 23,34 a saca de 60 kg na segunda, com recuo de 2,26% no mesmo período.
Preço recua quase 27%
A saca do milho, no Mato Grosso, já reflete o peso da boca de safra, com o início da colheita, movimentação que tende a ser intensificada nos próximos dias e que pode pressionar na mesma velocidade a cotação do grão. De acordo com dados do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), em um ano a desvalorização acumula 26,9%. Na primeira quinzena de junho de 2011, o cereal estava em R$ 19,25 e nesta semana cravou R$ 14,07.
Antes mesmo do início da colheita, em meados de maio, o preço da saca já vinha em queda em função da perspectiva da supersafra que vem se consolidando. O mercado esteve parado no mês passado e quase não houve avanço nas vendas.
Conforme o Imea, a produtividade aumentou 31% entre a safra 2011 e a atual, passando de 67 sacas por hectare para 87. Com esse rendimento, a produção vem sendo redimensionada com frequência e a nova aposta do Imea é de algo acima de 13,11 milhões de toneladas, volume que supera em quase 88% os 6,99 milhões de toneladas colhidas na safra 2011.
Até o final da semana passada, cerca de 4,5% da área plantada de 2,50 milhões de hectares estavam colhidos, ritmo que supera em 1,9 ponto percentual o observado em 2011.
Veículo: DCI