IPI dos fogões passou de 4% para zero. Presidente da Eletros teme impacto no consumo assim que o benefício acabar para a linha branca.
O presidente da Associação Nacional de Fabricantes de Produtos Eletroeletrônicos (Eletros), Lourival Kiçula, pediu ontem ao Ministério da Fazenda que seja prorrogada a redução da alíquota do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para itens da linha branca (fogões, geladeiras, máquinas de lavar e tanquinhos).
A medida foi anunciada em dezembro do ano passado pelo governo federal como uma das ações de estímulo à economia. A redução do IPI terminaria no final de março, mas foi prorrogada por mais três meses. Por isso, o setor já se mobiliza para evitar uma elevação do tributo a partir do mês de julho.
"Imagine como ficará o consumo se vier a seguinte notícia: IPI volta a aumentar", comentou Kiçula, depois de encontro com o secretário executivo do ministério da Fazenda, Nelson Barbosa.
O presidente da Eletros disse que foi o primeiro encontro com o governo para pedir a extensão do benefício. Barbosa, segundo ele, pediu à Eletros que apresente um estudo sobre o desempenho do setor. Uma nova reunião será marcada. "Nós seremos convocados", disse ele.
No caso do fogão, a alíquota do tributo passou de 4% para zero. Para a aquisição de geladeiras, o tributo foi reduzido de 15% para 5% e, para as máquinas de lavar, passou de 20% para 10%. Para tanquinhos, o IPI recuou de 10% para zero. Os produtos beneficiados são aqueles com selo "A" de qualidade energética.
"Claro que gostaríamos que a redução do IPI fosse prorrogada", declarou. O presidente da Eletros informou que as vendas cresceram entre 5% e 10%, dependendo do produto, no primeiro trimestre deste ano em relação ao mesmo período do ano passado, mas voltaram a registrar queda em abril. Os dados de maio mostraram uma nova recuperação, com alta em torno de 5% em relação ao mesmo mês do ano passado.
Kiçula disse que o governo está interessado no comportamento do mercado deste mês e que, por isso, o setor deve apresentar um balanço com a tendência das vendas na próxima semana. Ele relatou que, apesar da grande expectativa do setor sobre a continuidade do IPI reduzido, o governo não sinalizou se manterá ou não o benefício. "Não nos deram nenhuma pista se vão renovar", disse.
Negociação – Nelson Barbosa teria perguntado sobre as contrapartidas dadas pelo setor à diminuição do imposto, como eficiência energética, estimulo às vendas e aumento dos investimentos, conforme relatou o dirigente da Eletros.
Termina também no dia 30 deste mês a redução de IPI para luminárias, lustres, papeis de parede, laminados e revestimentos e móveis. Para as luminárias e lustres, a alíquota baixou de 15% para 5%, enquanto para pisos laminados de 15% para zero; papel de parede de 20% para 10%; e para móveis de 5% para zero.
Veículo: Diário do Comércio - SP