Redução do IPI faz IPCA-15 registrar variação negativa em Porto Alegre
Um índice de inflação teve resultado raro nos dois últimos anos. Na região metropolitana de Porto Alegre, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo – 15 (IPCA-15) de junho teve resultado negativo de 0,12% – o que significa que, na média, os preços caíram, algo que não ocorria desde julho de 2010.
Esse comportamento de preços é chamado de deflação, o oposto da inflação. Para os consumidores, toda redução de preço é boa notícia, mas, para os economistas, nem sempre. Períodos muito longos de deflação são associados a baixo crescimento da economia. No entanto, esse resultado do IPCA-15 pode ser só um episódio, avalia Ademir Koucher, supervisor do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em Porto Alegre.
O principal responsável pela queda foi o preço dos carros novos e usados, que caiu em decorrência da redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), em vigor desde 22 de maio. Esses dois itens fazem parte do grupo de transporte, que, segundo Koucher, representa o segundo de maior peso no cálculo do IPCA-15. Só é superado pelo item alimentação.
Se esse comportamento vai representar um alívio mais duradouro para o bolso, só os próximos números vão confirmar. O IPCA-15 é considerado uma espécie de prévia do IPCA, que no Brasil é considerado o índice oficial de inflação por ser usado pelo Banco Central (BC) para acompanhar o regime de metas de inflação. Para o economista Carlos Thadeu de Freitas, ex-diretor do BC, uma deflação temporária pode ser benéfica, mas períodos longos com queda de preços provocam sinais errados:
– Uma deflação longa é sinal de economia fraca.
Veículo: Zero Hora - RS