Têxteis negociam dívida com Celesc

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Setor é o que tem o maior valor pendente com a estatal de energia


Cinco grandes indústrias têxteis catarinenses, algumas com mais de cem anos de fundação, devem R$ 217 milhões em faturas atrasadas para a Celesc. O setor é o que apresenta as maiores dívidas com a estatal de energia elétrica. As contas de luz deixaram de ser pagas há quatro anos, e um programa foi criado especificamente para tentar resolver a situação.

Ontem, a indústria que tem o maior débito teve a proposta para quitar os R$ 61 milhões devidos à Celesc aceita – a direção da estatal não tem autorização para divulgar o nome dos seus devedores.

O acordo prevê a entrega de um terreno em Brusque avaliado em R$ 15 milhões e mais R$ 30 milhões em créditos com a Eletrobras. A alternativa foi analisada e aceita pelo conselho de administração da Celesc em reunião realizada pela manhã.

O terreno pode ser usado para a instalação de uma subestação de energia. Já o crédito oferecido é resultado de uma ação judicial da indústria contra uma taxa cobrada nas tarifas de luz. A têxtil ganhou e o valor desembolsado virou crédito que pode ser usado como dinheiro e será repassado para a estatal.

A falta de pagamento das contas de luz por parte destas cinco empresas começou em 2008, ano de início da crise econômica mundial, surgida a partir da falência do setor imobiliário dos Estados Unidos, revela André Rezende, diretor de Relações com Investidores da estatal. Ele conta que o problema levou o governo catarinense a negociar a situação.

O presidente do Sindicato das Indústrias Têxteis de Blumenau (Sintex), Ulrich Kuhn, participou da elaboração do projeto e conta que o Estado foi solidário. Mas ele reclama do preço da energia. Lembra que o único país com matriz energética semelhante à do Brasil é o Canadá, e que lá a tarifa é 70% mais barata.

No acordo, ficou determinado que as cinco empresas teriam direito a parcelar as dívidas pelo prazo de 120 meses (10 anos). Houve alívio, mas ainda assim a conta ficou salgada e há quem desembolse R$ 800 mil a cada 30 dias. A facilitação para quitar os débitos também não significa que tudo saiu como o planejado.

Três das cinco empresas estão em recuperação judicial

Dificuldades financeiras levaram três indústrias a entrarem com pedido de recuperação judicial. Com a adoção deste dispositivo, a dívida deixa de ser paga e é preciso apresentar uma proposta à Celesc. Foi o que ocorreu ontem. As outras duas estão pagando as prestações com a estatal. Mas em um caso está sendo complicado. Em alguns meses, o depósitos não são efetuados na data correta e acumulam duas ou até três parcelas.


Veículo: Diário Catarinense


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