Livrarias reforçam operações

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Caso desembarque no Brasil até o fim do ano, como é esperado, a Amazon vai encontrar as concorrentes brasileiras prontas para disputar o mercado de livros digitais. Na Saraiva, se os e-books fossem reunidos em uma só livraria, as vendas seriam maiores do que as de outras 42 lojas da rede, individualmente. A rede SBS, que tem 40 livrarias no país e 30 no exterior, criou uma divisão só para produtos digitais e vai reestruturar suas lojas para vender esse tipo de conteúdo.

A Saraiva começou a vender e-books em junho de 2010, com cerca de 1 mil obras no acervo. Hoje são mais de 260 mil títulos digitais. Para o presidente de livrarias do grupo, Marcilio Pousada, esse segmento será relevante para empresa. Ele não fez projeções, mas disse que é importante estar preparado para a demanda. "É por isso que começamos, em 2009, a montar nossa plataforma de venda de conteúdos digitais", afirmou.

A rede de livrarias SBS planeja inaugurar, em 15 dias, um novo site, com 230 mil obras digitais. As novas lojas físicas da livraria também estarão preparadas para vender aos consumidores produtos como e-books. Em uma área específica, o cliente poderá fazer o download dos livros digitais que comprar. Segundo a diretora da SBS, Susanna Florissi, a ideia é ajudar o cliente a se habituar às novas tecnologias.

No ano passado, a empresa criou uma subsidiária, a HUB Editorial, pensando no mercado de conteúdo digital. Entre os projetos estão a criação de um serviço que permita qualquer cliente fazer sua própria publicação on-line, a partir de seus arquivos. O serviço poderia, por exemplo, ser usado por um professor universitário para distribuir material aos alunos.

Na Livraria Cultura, o volume de exemplares digitais vendidos representa 1% do total, mas o esforço é para diversificar o portfólio. A companhia tem um acervo de 307 mil títulos de e-books. Em papel, a oferta é de 5,5 milhões de obras. Segundo o diretor de tecnologia da informação da Livraria Cultura, Joaquim Garcia, ainda há empecilhos para uma adoção mais ampla dos produtos, como o custo dos dispositivos digitais de leitura.

Cerca de 24,2% das livrarias no país vendiam livros digitais no ano passado, segundo levantamento feito pela Associação Nacional de Livrarias (ANL). Entre as empresas que não ofereciam o produto, 88,9% disseram ter interesse em passar a fazer isso. Dessas, 63,4% tinham planos para iniciar o serviço neste ano.

Uma exceção é a livraria Nobel. Maior rede do ramo no país, com 190 franqueados em 23 Estados, além de 30 parceiros em outros quatro países. A avaliação da companhia é que seu consumidor dá mais valor ao livro tradicional, em papel. Segundo a empresa, o grande interesse dos seus clientes por livros infantis, que correspondem a cerca de 58% de seu faturamento, é um indicador de que a literatura tradicional ainda tem muito fôlego. Em 2011, as franqueadas faturaram, juntas, R$ 170 milhões, segundo a companhia.

Procurada pelo Valor, a rede de livrarias Laselva, terceira maior do país, disse não poder atender à reportagem para falar sobre o assunto.



Veículo: Valor Econômico


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