Enquanto diversos setores da economia sofrem com as crises internacionais, o segmento de flores e plantas ornamentais do Brasil tem resistido às marés ruins e aumentado em até 12% o volume da produção nacional e 17% o valor comercializado.
O movimento é sustentado pela elevação de 66% no consumo médio da população.
Segundo o Ibraflor (Instituto Brasileiro de Floricultura), o gasto per capita com flores, hoje, é de US$ 10. Dois anos antes de eclodir a crise de 2008, o consumo per capita era de US$ 6.
O setor faturou R$ 4,3 bilhões em 2011 e a perspectiva para este ano é crescer 12%, chegando a R$ 4,8 bilhões, conforme o instituto.
Para Renato Opitz, presidente da câmara setorial de flores e plantas de São Paulo, o crescimento se deve a investimentos para melhorar a qualidade das plantas e também a mudanças no varejo.
"Com novas tecnologias, uma rosa que durava menos de uma semana agora resiste até 12 dias. E os produtores pagam royalties por variedades melhoradas."
Ele disse ainda que o consumo também é incentivado porque as flores estão "mais disponíveis" ao consumidor.
Grandes supermercados e até lojas de conveniência passaram a oferecer as plantas, além dos serviços de entrega de flores pela internet.
Segundo Opitz, as floriculturas que se adaptaram a essas mudanças cresceram porque tiveram de oferecer diferenciais em relação aos supermercados e atender à demanda da internet.
O diretor do Ibraflor William José de Wit concorda que houve transformação no varejo, mas acrescenta que a evolução da renda do brasileiro foi determinante.
"Antes, só as classes A e B consumiam flores. Hoje vendemos muito para as classes C e D também."
Veículo: Folha de S.Paulo