Grifes ampliam o mix para atender também a classe C

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Enganam-se os que veem as marcas de luxo com foco voltado apenas os consumidores das classes A e B. No varejo brasileiro, redes como a espanhola Zara, fundada em 1975, aproveitam o potencial da classe média brasileira para tentar crescer as operações, sem deixar de lado a clientela capaz de incrementar seus ganhos e manter elevado o tíquete médio das compras. A rede tem disponível em suas lojas produtos a partir de R$ 25, o que chamam a atenção da nova classe média.

A marca, que está desde 1999 no País, acaba de inaugurar sua 35° loja, no Shopping JK Iguatemi, na zona sul de São Paulo. Ao que tudo indica, poderá ter novas lojas próprias até o final deste ano. A bandeira pertence ao conglomerado da Inditex. O grupo detém ainda das grifes Pull&Bear; Massimo Dutti; Bershka; Stradivarius e Uterqüe de roupas femininas, masculina e infantil, além das operações Oysho, de lingerie e acessórios, fora a recém-chegada ao Brasil Zara Home, com artigos para casa.

Com o novo espaço no JK, a Zara chega a 10 operações só na capital paulista, todas em centros de compras como o Morumbi Shopping e o Shopping Eldorado, entre outros.

Segundo Regiane Konopka, diretora de produtos da rede no Brasil, a intenção da grife é estar presente cada vez mais no dia a dia daqueles clientes que gostam de consumir produtos com maior apelo de moda. "Temos produtos específicos para os diversos públicos. Queremos atingir a um número maior de consumidores", explica.

A executiva ressalta que mesmo com o conceito de fast fashion (moda rápida) de itens mais requintados, a Zara oferece em seus espaços peças a partir de R$ 25. "Nossa roupa mais barata custa em torno de R$ 25, mas com a inserção das bijuterias nas lojas (necessidade sentida pela rede no ano passado) temos produtos mais em conta", enfatiza Regiane. Ao que completa: "A loja do Shopping Eldorado (com público bem eclético quanto à classe social) é uma das 10 operações que mais vendem", destaca.

Sem mencionar o tíquete médio das compras nas lojas, há itens que variam de R$ 100 a R$ 300, e segundo a porta-voz da empresa, o Brasil é um país em que a Zara testa as coleções, antes de levá-las aos outros países em que atua como os Estados Unidos e Portugal, por exemplo.

"Por termos uma consumidora (pois o foco da Zara é no público feminino, sem esquecer o masculino e o infantil) muito exigente, algumas coleções são lançadas primeiro no Brasil para depois chegarem a outras lojas da nossa rede", explica Regiane.

Produção

Para atender a demanda de toda semana ter peças novas nas lojas, a marca tem duas equipes de criação - focadas no Hemisfério Norte e Sul. A diretora de produto ressalta também que as entregas são feitas sempre as quartas e sextas-feiras, e que para não perder tempo a logística é feita de avião, para que as lojas não fiquem desabastecidas. Fora isso, a bandeira construirá em Barueri (SP) um novo centro de distribuição para abastecer as operações brasileiras.

No Brasil, por ser o país com grande potencial de crescimento frente outras operações do Hemisfério Sul, a Zara possui 50 fornecedores nacionais distintos que representam em torno 45% do que é comercializado dentro das lojas. O restante, é fruto de importação, mas segundo Regiane, os produtos nacionais não perdem em nada para os importados. "Os produtos confeccionados no Brasil são ótimos, a malharia brasileira e o jeans, são uma das melhores. Nas coleções em branco, como as de final de ano, o Brasil também é excelente em sua produção", diz.

Vale ressaltar que não há diferença de preço nas lojas que operam no Brasil e que 95% dos produtos são idênticos em todas as lojas, os 5% restantes são peças diferenciadas que chegam a operações mais elitizadas, como a do Shopping JK, por exemplo.

Uma das sacadas de grandes players varejistas tem sido investir no design das suas lojas, fato esse antecipado pelo DCI.

Seguindo o conceito das lojas de Nova York, Londres e de Tóquio, a Zara aposta, aqui no Brasil, em uma loja ecoeficiente.

Outro fato é a disposição dos produtos nas araras e prateleiras da loja, que enfatizam as possíveis combinações das peças vendidas. A intenção da varejista é que as próximas operações brasileiras tenham o projeto arquitetônico do espaço localizado no Shopping JK, com ambientes realmente clean (menos rebuscados), mais provadores, melhor divisão entre as coleções femininas, masculinas e infantis. Tudo para fidelizar o cliente e oferecer experiência na compra.

Supermercados

Também com a iniciativa de analisar a pulverização do atendimento e ampliar os canais de venda para o público médio, a L'Occitane, de perfumaria e cosméticos - cuja presidente da empresa no Brasil é Anna Chaia -, resolveu inovar. A empresa trouxe da França a marca Le Couvent des Minimes, que passou a ser vendida com exclusividade na rede de supermercados Pão de Açúcar.



Veículo: DCI


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