Governo dá sinais de que gasolina vai ter reajuste

Leia em 2min 40s

Preço do combustível poderá subir nas bombas; a data, porém, ainda não está definida


Depois de ouvir na sexta-feira um emocionado relato da presidente da Petrobrás, Graça Foster, antes da divulgação do prejuízo de R$ 1,3 bilhão no segundo trimestre, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, garantiu ao comando da companhia que haverá reajuste dos combustíveis nas bombas, de acordo com fonte da 'Agência Estado'.

A assessoria de imprensa do ministro nega que ele teria garantido o reajuste. O ministro lembrou que este ano já houve dois aumentos nos preços dos derivados de petróleo. "Não há perspectiva de reajuste no horizonte.", declarou o ministro.

Segundo a fonte, Graça Foster se viu obrigada a conter o choro ao reportar ao conselho de administração o primeiro prejuízo trimestral da companhia em 13 anos. O resultado de abril a junho foi o primeiro totalmente sob a gestão de Graça, que assumiu o cargo em fevereiro.

A sinalização de Mantega mostra uma mudança de disposição do governo - controlador e sócio majoritário da companhia - que há nove anos não autoriza reajustes com impacto para a inflação. Os últimos aumentos foram compensados com a redução da Cide, agora zerada.

Ontem o ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, lembrou que há nove anos não se faz nenhum reajuste na bomba e disse que o governo não vê nenhum outro instrumento para socorrer a Petrobrás senão um aumento no preço dos combustíveis. O ministro disse que a suspensão da cobrança da Cide sobre o combustível para o aumento não chegar à bomba, no ano passado, não compensou o prejuízo.

Sem detalhes. Mantega encerrou a reunião na sexta-feira com a promessa de reajuste, embora sem dar detalhes. Não foram discutidos porcentuais ou data. Aos interlocutores, deixou subentendido que um possível reajuste não seria imediato. O governo terá de estudar o melhor momento para lançar mão da medida para diesel, gasolina ou ambos.

O ministro é presidente do Conselho de Administração da Petrobrás. Na segunda-feira, três dias após a divulgação do prejuízo, Graça fez questão de participar das entrevistas coletivas para comentar o resultado, normalmente coordenadas pelo diretor financeiro.

No evento, o diretor de Abastecimento, José Carlos Cosenza, informou que a importação de diesel e gasolina tem representado custo extra de cerca de US$ 3 bilhões por trimestre. A companhia supre a demanda crescente com importação de combustíveis no exterior a preços mais altos que os internos.

Graça briga pela paridade de preços no Brasil com os do exterior. Os preços estão defasados desde janeiro de 2011. A Petrobrás não informa seus cálculos, mas o Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE) estima a diferença em 24,5% para diesel e 23,1% para gasolina, mesmo após os últimos reajustes.

Depois do prejuízo da Petrobrás, o governo também começou a ser cobrado por representantes de acionistas.

Uma das propostas apresentadas a Mantega para tentar atenuar o impacto na inflação seria aproveitar o pacote do governo para o setor de energia e combiná-lo com um eventual reajuste de combustíveis.

O governo, porém, também estaria apostando numa redução do preço do barril de petróleo no mercado internacional nos próximos meses.




Veja também

Consumidor quer porção menor, de olho na balança

Para mais de um terço dos brasileiros (35%), comida saudável é sinônimo de porçã...

Veja mais
Anvisa quer receita para tarja vermelha

Vigilância Sanitária pretende fechar o cerco às farmácias e fazer valer exigência de pr...

Veja mais
Gasto do brasileiro com material de leitura cai 19%

Apesar do aumento das vendas do setor livreiro nos últimos anos, materiais de leitura perderam importância ...

Veja mais
Takeda fica 'mais popular' e busca avanço em genéricos

Após investir R$ 500 milhões na compra do laboratório gaúcho Multilab no fim de maio, a farm...

Veja mais
Azeite: Consumo sobe, mas uso é equivocado

Em dez anos o consumo do azeite cresceu mais de 35% somente na Europa, responsável por 80% da sua produç&a...

Veja mais
Horários de trabalho podem ser alterados sem violar a lei

Regras cada vez mais flexíveis no ambiente de trabalho desafiam os tribunais e intensificam os debates Enquant...

Veja mais
Resultados das drogarias devem refletir aquisições

Para analistas, Brazil Pharma e Raia Drogasil devem apresentar crescimento nas vendas O setor de saúde tem regis...

Veja mais
Arroz registra alta de 6,24% em julho no RS

Os últimos dias foram agitados para o setor arrozeiro no Rio Grande do Sul, com reflexos em todo o Brasil, consid...

Veja mais
Transgênicos alcançarão 36,6 milhões de hectares

A área plantada com sementes geneticamente modificadas deve alcançar 36,6 milhões de hectares na pr...

Veja mais