Os últimos dias foram agitados para o setor arrozeiro no Rio Grande do Sul, com reflexos em todo o Brasil, considerando que o estado representa 64% da produção nacional e mantém cerca de 80% dos estoques (público e privado) do cereal no País.
Com o anúncio do Banco do Brasil e do Banrisul de prorrogação dos vencimentos das dívidas dos arrozeiros e financiamentos da safra passada, consolidado no início do mês com a decisão do Conselho Monetário Nacional (CMN) de ampliar os prazos também para as operações em instituições privadas, o rizicultor reduziu a oferta do grão.
O mercado imediatamente leu este comportamento como alta e os preços em algumas regiões e municípios gaúchos superaram os paradigmáticos R$ 30,00, que são a referência de custo de produção por saca neste Estado.
Comparando as tabelas do Dieese, a média de preços do arroz ao consumidor está cerca de 4,5% abaixo dos valores praticados há dois anos no mercado nacional. Isso em valores nominais. E a saca de arroz desvalorizou um dólar neste período. Os produtores consideram que a alta sobre 2011 é recuperação de preços em um ano atípico e de médias muito baixas para a matéria prima.Diante deste cenário, mais a expectativa de área igual ou menor no Mercosul, o indicador de preços do arroz em casca para o Rio Grande do Sul, Esalq/Bolsa Brasileira de Mercadorias - BM&FBovespa, alcançou R$ 30, 65 em 31 de julho, fechando o mês com alta de 6,24%. A cotação vale para a saca de 50 quilos (58x10) colocada na indústria, com pagamento à vista. Em dólar, a saca equivalia, pela cotação da data, a US$ 14,97.
Nos dois primeiros dias de agosto, o indicador manteve-se em alta, acumulando valorização de 0,36%, para R$ 30,76, o equivalente a US$ 15,00 por saca.
Veículo: DCI