FGV comparou preços de produtos e serviços para ambos
A inflação do Dia dos Pais é maior do que a do Dia das Mães. É o que mostra levantamento do Ibre (Instituto Brasileiro de Economia) da Fundação Getulio Vargas, ao comparar preços de serviços e produtos relacionados à comemoração das duas datas.
Para o cálculo, feito a pedido da Folha, o estudo considerou o período acumulado de agosto de 2011 a julho deste ano. Nesse período, a inflação medida pelo IPC, da FGV, chegou a 5,65%.
Enquanto a inflação do Dia das Mães foi de 4%, a do Dia dos Pais chegou a 4,79%.
"Apesar de ambas terem ficado abaixo da inflação média do período, a das mães foi ainda menor", diz o economista André Braz, responsável pelo levantamento.
"O que explica essa queda é a redução do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) para eletrodomésticos", completa.
O item teve queda de 4,32% no período.
EM QUEDA
Na lista dos presentes masculinos, os que tiveram as maiores quedas foram os eletrônicos: aparelho de Blu-ray e DVD (7,48%), celular (6,88%) e câmeras fotográficas e filmadoras (5,71%).
A concorrência acirrada na venda desses produtos e a maior facilidade de crédito contribuem para derrubar os preços, segundo análise do economista do Ibre.
SERVIÇOS
Entre os 14 itens considerados para medir a variação da "inflação das mães" e os 19 selecionados para os pais, quatro serviços em comum mostram alta superior à inflação verificada pelo IPC ara o período: shows musicais, cinema, restaurantes e teatro.
Uma das explicações para a elevação é a maior procura por esses serviços, consequência dos ganhos na renda de quem está no mercado de trabalho -com ou sem carteira assinada.
"Com o desemprego em queda e a renda mais elevada, famílias de níveis sociais inferiores estão conseguindo incorporar mais serviços à cesta de consumo", diz Braz.
Em maio, a taxa de desemprego medida pelo IBGE foi de 5,8% -a menor para o mês desde o início da série histórica da nova pesquisa de emprego do instituto, em 2002. Em junho, o IBGE não apresentou a taxa nacional em razão da greve dos servidores do órgão.
PLANEJAMENTO
Apesar de os produtos e os serviços para presentear os pais apresentarem variação de preços abaixo da inflação acumulada de agosto do ano passado a julho deste ano, o economista recomenda ter cuidado na hora de financiar qualquer item.
"Não adianta a variação de preço de um produto estar abaixo da alta da inflação se a opção de pagamento não for considerada. É importante verificar as condições de parcelamento, juros cobrados e observar se o financiamento não pode comprometer a renda de quem vai comprar o presente", diz Bras.
Especialistas da Febraban (Federação Brasileira de Bancos) também recomendam cuidado na hora de sair às compras para procurar o presente do Dia dos Pais.
Segundo Fábio Moraes, diretor de educação financeira da instituição, sites de compras coletivas podem ser uma boa opção por oferecer descontos maiores.
"Mas é preciso atenção para não comprar por impulso e fugir do planejamento das contas. Se você já tem em mente qual produto ou serviço pretende adquirir, faça uma pesquisa de preço na internet e até em sites de compras coletivas", diz.
Sapato é o vilão da lista de presentes
O sapato é o vilão da inflação do Dia dos Pais. O produto teve aumento de 9,38% no acumulado de agosto do ano passado a julho deste ano. No mesmo período, o calçado feminino subiu 3,59%. Ainda na lista de presentes masculinos, camisas tiveram alta de 4,13%, calças compridas, de 6,13%, e bermudas, de 3,98%.
Veículo: Folha de S.Paulo