Abacaxi: nova embalagem reduz perdas

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Movimentação da fruta será feita através de caixas plásticas, de papelão descartável ou a granel.


Os resultados positivos, como o ganho em qualidade e a redução das perdas, proporcionado pela utilização das caixas retornáveis de plástico ou de papelão e de madeira de único uso no armazenamento de banana e tomate, na unidade de Contagem da Centrais de Abastecimento de Minas Gerais (Ceasa Minas) têm incentivado a adoção do sistema em outras variedades. A partir do dia 1º de setembro, o comércio de abacaxi só será realizado em embalagens plásticas retornáveis, de papelão descartável ou a granel.

A nova medida foi solicitada pelas entidades representativas dos produtores rurais e comerciantes de abacaxi, sendo acertada em reunião com a administração da Ceasa Minas. De acordo com o chefe do departamento de Agro Qualidade do entreposto, Joaquim Oscar Alvarenga, a demonstração de interesse manifestada pelos próprios comerciantes e produtores mostra que a mudança nas regras de armazenamento trazem resultados positivos.

"A partir do momento em que a comercialização do abacaxi ocorrer somente nas caixas de plástico, de papelão de uso único ou a granel o ganho será para toda a cadeia, abrangendo desde o produtor que irá reduzir as perdas, como o comerciante que terá preços mais competitivos, até o consumidor final que terá frutos com maior qualidade e valores mais baixos", avalia.

De acordo com as informações da Ceasa Minas, tradicionalmente a maior parte dos abacaxis chega ao entreposto a granel, sendo embalada no próprio mercado em caixas de madeira, provenientes principalmente da banana. Com a proibição da reutilização das embalagens de madeira para o armazenamento da banana, a oferta de embalagens foi reduzida, o que incentivou a migração da cultura do abacaxi para o sistema.

A prática da reutilização de embalagens de madeira e papelão contraria as normas vigentes, em especial a Portaria 816/06 do Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA), que trata da prevenção a pragas como a Sigatoka negra.


Papelão - A diferença de armazenagem da banana e do abacaxi é que o acordo firmado entre os representantes dos produtores e comerciantes prevê que o armazenamento do abacaxi só será permitido em caixas de plástico retornável ou de papelão de único uso, não sendo permitido o uso de embalagens de madeira, mesmo que descartáveis.

Segundo Alvarenga, o aumento da fiscalização feita pelos fiscais do IMA também estimulou que os produtores e comerciantes optassem pelo papelão de primeiro uso e o plástico padronizado. A norma visa facilitar a adequação dos usuários ao processo de modernização das embalagens na Ceasa Minas.

Nesta primeira fase, será permitido embalar o produto no mercado e comercializar os abacaxis a granel. Na etapa seguinte, a Ceasa Minas voltará a se reunir com produtores e comerciantes para debater a entrada somente de abacaxis embalados.

"Acreditamos que com o tempo e a comprovação de que o sistema é mais eficiente, os produtores rurais passarão a embalar o abacaxi ainda no campo. Isto será fundamental para a redução dos custos com transporte, mão de obra e das perdas", ressalta.

Ainda segundo o chefe do Departamento de Agro Qualidade da Ceasa, atualmente os custos com transporte do abacaxi são elevados devido à forma como é feito o armazenamento da fruta.

Em média, um carregamento comporta em torno de 8 mil frutas, dependendo do tamanho dos abacaxis, o que demanda investimento de pelo menos R$ 300 em capim para reduzir o impacto entre as frutas. Além disso, por ser um volume grande, a maioria dos frutos localizados na parte inferior do caminhão é perdida. Existem ainda os custos com a mão de obra para o descarregamento e embalagem.

"A estimativa é de uma redução próxima a 30% nas despesas com o transporte do fruto. O abacaxi sendo embalado no campo irá reduzir as perdas pela armazenagem mais eficiente, demandará menor mão de obra. O tempo gasto para descarregar e embalar a fruta na Ceasa Minas será reduzido e eliminará ainda o uso do capim", disse.

Com os resultados positivos observados nas culturas que estão no novo processo de armazenamento, banana e tomate, a expectativa é implantar o sistema gradativamente nas demais variedades. Nos próximos meses será discutido, junto a comerciantes e produtores de manga e mamão, a migração para as embalagens corretas.



Veículo: Diário do Comércio - MG


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