Vendas em BH cresceram 6,75% no 1º semestre

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Consumidor vai às compras com cenário adverso.


Os altos índices de endividamento e inadimplência, aliados às incertezas na conjuntura econômica, não impediram o consumidor de continuar indo às compras na primeira metade deste ano. A afirmativa é comprovada por dados divulgados ontem pela Câmara de Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte (CDL-BH), que demonstram que o comércio varejista registrou crescimento de 6,75% no primeiro semestre, na comparação com idêntico período de 2011.

 

O presidente da entidade, Bruno Falci, explica que a alta deve ser atribuída a uma combinação de fatores. Entre eles, ele destaca o baixo nível de desemprego e o aumento real do salário mínimo, o que, conseqüentemente, eleva o poder de compra da população. Falci não deixa de mencionar a queda dos juros para grande parte das linhas de financiamento e os incentivos fiscais, como a redução na alíquota do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para os eletrodomésticos de linha branca (fogão, geladeira, máquina de lavar e tanquinho), móveis e veículos.

 

De janeiro a julho, todos os segmentos consultados pela CDL-BH registraram alta. A maior foi registrada pelas papelarias e livrarias (9,76); produtos farmacêuticos (9,17%); tecidos vestuário, armarinho e calçados (6,09%); máquinas, eletrodomésticos, móveis e equipamentos (4,89%); ferragens, material elétrico e de construção (3,4%); veículos novos e usados (3%); supermercados e outros produtos alimentícios (1,54%) e artigos diversos (0,52%).

 

Satisfeito com o bom desempenho da primeira metade de 2012, Falci já começa a delinear projeções mais ambiciosas para o segundo semestre, tradicionalmente mais lucrativo. O presidente da CDL-BH estima que, entre julho e dezembro, em relação ao mesmo período do ano passado, o crescimento observado deve ser de aproximadamente 10%. "Como o crédito era, até pouco tempo, pouco acessível à grande parte da população, uma parcela significativa das pessoas ainda tem muitas necessidades de consumo", argumenta.

 

Para ele, o endividamento, em alta, não deve interferir no desempenho do varejo em 2012. Isso porque, Falci aponta que o nível de endividamento ainda é sustentável. Embora a "luz amarela", segundo ele, esteja acesa, ele reforça que, por outro lado, muitos já começam a quitar seus débitos pendentes, contraídos, principalmente, no primeiro trimestre, em decorrência de despesas típicas de início de ano, como compras de Natal, viagens de férias, impostos e materiais escolares.


Data lucrativa - Na comparação de junho, com o mês imediatamente anterior, a variação positiva registrada pelo comércio varejista foi de 3,86%. Vale lembrar que no sexto mês do ano é comemorada a terceira data comemorativa mais lucrativa do ano: o Dia dos Namorados. Além disso, Falci aponta que, no período em questão, os primeiros lotes de restituição do Imposto de Renda (IR) começaram a ser liberados, o que motivou ainda mais consumidores a ir às compras.

 

No período, o setor que apresentou maior crescimento foi o de veículos novos e usados (5,51%). O segmento foi impulsionado pela redução do IPI, anunciado no fim de maio pelo governo federal e que se estende até o fim deste mês e acarreta em descontos de até 10% para a compra de carros populares. Também obteve bom desempenho os produtos farmacêuticos e supermercados e produtos alimentícios, ambos com 3,27%; tecidos, vestuário, armarinho e calçados, 3,18%.

No confronto de junho, com o mesmo período do ano passado, a expansão da atividade foi de 4,37%, sendo que os responsáveis por impulsionar a alta foi o grupo que engloba os tecidos, vestuário, armarinho e calçados, 10,07%; supermercados e produtos alimentícios, 6,35%; ferragens, material elétrico e de construção, 5,1%.

 

O comércio ainda registra aumento de 4,93% quando a base é o acumulado de 12 meses, com todos os setores registrando crescimento mais uma vez. A maior alta novamente ficou com o grupo que engloba tecidos, vestuário, armarinho e calçados (7,36%), seguido por produtos farmacêuticos, odontológicos e veterinários (7,28%) e supermercados e produtos alimentícios (3,62%).

 

Embora os resultados obtidos pelo comércio neste ano sejam positivos, o resultado acumulado em 12 meses está abaixo dos dois últimos anos. Em 2011, a alta foi de 6,8% e em 2010, de 6,1%. Contudo, Falci revela que os números não sinalizam um desaquecimento da atividade e acrescenta que o último biênio constitui uma base fraca de comparação. "No fim de 2008, o mundo assistiu à crise econômica internacional que, na época atingiu, principalmente, os Estados Unidos. Com isso, o comércio começou a se recuperar lentamente apenas no fim de 2009", justifica.

 

 

Veículo: Diário do Comércio - MG

 


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