A concorrência com as multinacionais do segmento de balas e confeitos impulsionou a brasileira Dori a melhorar seu nível de competitividade. A empresa, com sede em Marília (SP), foi buscar recursos junto à Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) para investir em atividades de pesquisa e desenvolvimento. Levantou R$ 13 milhões em uma operação que será intermediada pela Agência Paulista de Promoção de Investimentos e Competitividade (Investe SP).
"Isso mostra que não só as grandes empresas investem para criar um ambiente propício à pesquisa e ao desenvolvimento", diz Carlos Barion, presidente da Dori, que vai pagar taxa de juro de 4% a 5% ao ano. Com faturamento de R$ 455 milhões no ano passado, e previsão de vendas de R$ 530 milhões este ano, a Dori é a maior fabricante nacional de balas, confeitos e amendoins. Barion assina hoje o protocolo de intenções entre a Dori e a Investe SP.
O projeto mais importante será a instalação de um centro de pesquisa e inovação, que irá demandar investimentos de R$ 7 milhões. O centro deve ser aberto em meados de 2013 na Grande São Paulo, entre os quilômetros 40 e 80 da rodovia Presidente Castelo Branco.
O centro servirá para "desafogar" a fábrica em Marília, a 450 km da capital paulista. Quando um produto precisa ser testado, toda uma linha de produção é interrompida para essa operação, que pode durar um dia. Todos os novos produtos serão testados e fabricados nessa unidade, até atingirem escala industrial.
O plano é abrir o centro ao público, que pode ajudar a testar novidades. "Um dos principais motivos de instalarmos o centro na Grande São Paulo, distante da fábrica, é ficar mais perto das universidades e das cadeias de abastecimento", diz Barion.
O aporte de R$ 13 milhões engloba mais quatro projetos. Um deles é o de desenvolvimento de novos produtos a partir de quatro principais matérias primas: açúcar, amendoim, xarope de glicose e cacau. Outros dois projetos estão ligados à produção de amendoim: um é desenvolvido com o Instituto Mauá de Tecnologia e o outro com o Instituto de Agronegócios de Campinas.
Também com o Instituto Mauá está sendo desenvolvido um projeto de fabricação de um contêiner mais leve, fabricado a partir de aparas de plástico da própria Dori, recolhidas por meio de um sistema de logística reversa. "Isso deve gerar uma economia de combustível, porque a carga fica menos pesada, e consequentemente [há] uma redução de gás carbônico na atmosfera", diz Barion.
Fundada há 45 anos, a Dori é uma empresa familiar. Tem três unidades fabris, duas em Marília e uma em Rolândia (PR). Produz 350 itens e exporta a mais de 60 países. Entre as principais marcas estão Yogurt 100, Bolete e Disqueti.
Veículo: Valor Econômico