Mesmo com a desaceleração econômica vivenciada pelo país, o setor atacadista distribuidor espera um faturamento 5% melhor no fechamento de 2012 frente a 2011 (R$ 10,8 bilhões). A expectativa contraria alguns indicadores atuais, como a baixa encomenda de mercadorias para o final do ano e vendas abaixo do esperado no primeiro semestre.
O presidente da Associação dos Atacadistas e Distribuidores do Estado de Minas Gerais (Ademig), Ronaldo Saraiva Magalhães, explica que a expectativa positiva para o fechamento deste ano se baseia na expansão do consumo, que permanece em escalada crescente. Levando em conta que as festas de fim de ano aquecem as vendas do segmento no segundo semestre, o faturamento deverá ficar acima do alcançado no ano anterior.
No primeiro semestre, a realidade não foi muito positiva para o setor que, conforme Magalhães, cresceu muito abaixo do esperado. Fatores como redução da atividade econômica e aumento da inadimplência são algumas das justificativas para os resultados piores nos seis primeiros meses do ano.
Na DPC Distribuidora até mesmo as encomendas voltadas para o fim do ano foram prejudicadas. Os pedidos, que costumam chegar com intensidade no início de agosto, ainda não foram realizados. Por isso, a expectativa inicial de aumento de 18% no faturamento foi rebaixada para 11%. "As pessoas estão muito endividadas e isso, com certeza, reflete nas nossas vendas. Mas ainda assim vamos alcançar um resultado melhor do que no ano passado", afirma o diretor presidente da empresa, Álvaro Lacerda.
Temporários - Na distribuidora Megafort Distribuidora Importação e Exportação Ltda, a expectativa positiva para o fim do ano se reflete na contratação de temporários. Segundo o gerente geral da empresa Genivaldo Costa, o quadro de funcionários deverá ser aumentado em 20%, incluindo algumas efetivações. A expectativa da empresa é de um aumento no faturamento de cerca de 10% frente ao ano passado.
Além de novos funcionários, a Megafort se prepara com estoques para atender o maior volume de vendas esperado para o período. "O brasileiro sempre deixa as compras para os últimos dias, o que nos obriga a estar preparados tanto na questão do estoque como na logística de processamento das vendas, desde o recebimento do pedido até a entrega final", afirma.
O diretor comercial da Tambasa Atacadistas, Alberto Portugal, tem uma visão ainda mais otimista do mercado e aguarda um crescimento de 15%. Inicialmente, esperava-se um resultado 12,5% superior. Em 2011, a empresa alcançou um faturamento de R$ 1,387 bilhões. "Eu não sei como está o resultado das outras lojas, mas o que percebo é que o mercado está comprador. E a nossa grande vantagem é a diversidade de produtos que nos permite vender em qualquer época do ano", afirma.
E, se depender dos investimentos realizados pela empresa, o ano de 2013 deverá ser ainda melhor. O plano de investimento da Tambasa prevê aportes na ordem de R$ 40 milhões para ampliação e otimização dos negócios. O valor arcará com a ampliação do galpão da empresa e aquisição de sistemas de robotização. A expectativa é que as obras terminem em março do próximo ano.
Segundo dados da Ademig, as empresas atacadistas e distribuidoras de Minas Gerais tiveram um incremento de 14,9% no faturamento em 2011 frente 2010. Isso equivale a uma elevação de R$ 9,4 bilhões para R$ 10,8 bilhões. A média de crescimento nacional ficou abaixo da alcançada em Minas Gerais. Em todo o país, o faturamento passou por uma elevação de 8,8%.
Veículo: Diário do Comércio - MG