Utilidades domésticas devem ganhar fôlego

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Depois de um 2008 difícil, com forte impacto nos preços por conta da alta das commodities metálicas no início do ano e da crise de crédito no final, as vendas de produtos eletrônicos de utilidades domésticas - que inclui as linhas branca, marrom (TVs e DVDs etc) e portáteis - deve ter um 2009 mais tranqüilo. Segundo Humberto Barbato, presidente da Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica (Abinee), a crise internacional já afeta a demanda e os preços das commodities metálicas, puxando o preço do aço para baixo. Assim, esse novo cenário deve ajudar no crescimento das vendas de produtos como refrigeradores e fogões, por exemplo, que podem ter uma redução dos preços. Em 2008, as vendas de utilidades domésticas devem totalizar R$ 15,7 bilhões, mesmo valor de 2007, de acordo com dados da Abinee.

 

"O setor foi impactado pelo preço mais alto este ano", disse Barbato. "Mas com a queda do preço do aço pode haver uma queda de preços em 2009 e recuperar o crescimento", afirmou.

 

Para Cézar Rochel, gerente da área de economia da associação, com um cenário de crescimento de 3% do Produto Interno Bruto (PIB), a área de utilidades deve crescer 5% no próximo ano. "Mas ainda existem muitas incertezas", afirmou Rochel. O economista lembrou que o desempenho do faturamento da categoria tem sido afetado pela queda nos preços dos televisores, que tem puxado o resultado anual para baixo.

 

Se a previsão de crescimento do PIB se confirmar, o faturamento do setor elétrico e eletrônico deve registrar alta de 7% no próximo ano, o que representaria R$ 132,8 bilhões. O setor fechará este ano com vendas de R$ 123,7 bilhões, alta de 11% em relação ao ano passado, de acordo com dados da Abinee.

 

Segundo Barbato, a crise atual ajudou o setor a reorganizar investimentos e eleger prioridades. "Certas crises são providenciais", disse o executivo, minimizando possíveis impactos. "Não acredito que deve haver redução de empregos no próximo ano", afirmou. Segundo projeções da Abinee, o número de empregos do setor em 2009 deve ser o mesmo do registrado em 2008: 165 mil empregados. Apesar da expectativa da associação, algumas fabricantes do setor já começaram a demitir. Segundo o presidente do sindicato dos Metalúrgicos da Zona Franca de Manaus, Valdemir Santana, a Salcomp, que faz componentes para celulares, demitiu 450 pessoas no mês passado. A Digitrom, fabricante de notebooks, também já demitiu 200, e a Envision, que também produz notebooks, demitiu 250. Fora do pólo, a LG informou essa semana que demitirá 200 funcionários da fábrica de Taubaté, que produz celulares.

 

Automação

 

Nelson Ninin, diretor da área de automação industrial da Abinee, afirmou que o segmento não deve sentir os efeitos da crise até 2010. "A automação entra na fase final dos projetos. Se diminuir agora só vamos ser afetados no começo de 2010", disse o executivo. Este ano, o faturamento da área deve alcançar R$ 3,56 bilhões, alta de 15% em relação a 2007.

 

De acordo com dados da Abinee, o faturamento do setor de componentes deve alcançar R$ 9,6 bilhões, queda de 5% em relação ao ano anterior. As vendas de equipamentos industriais cresceram 15%, para R$ 17,8 bilhões. E o faturamento dos materiais de instalação cresceu 13% este ano, para R$ 8,6 bilhões.

 

Veículo: Gazeta Mercantil


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