Apesar de a atual conjuntura encontrar-se desfavorável ao consumo, diante da perspectiva de um crescimento cada vez menor do Produto Interno Bruto (PIB) e dos aumentos sucessivos dos níveis de inadimplência em todo o país, empresários do varejo de Belo Horizonte mostram-se otimistas para a realização de negócios no Natal. No entanto, eles admitem que, considerando apenas os indicadores econômicos, o crescimento estimado por eles de até 40% nas vendas, ante o Natal do ano passado, não seria possível. Mas as apostas em estratégias de marketing e em outras ações paralelas podem garantir essa expectativa.
Na Arquibancada, rede de lojas que comercializa artigos esportivos e possui sete unidades nos malls da Capital, por exemplo, a expectativa favorável quanto ao desempenho das vendas a serem realizadas naquela que é considerada a principal data para o comércio varejista em termos de vendas, não leva em consideração o atual cenário da economia do país. Isso porque, de acordo com o proprietário da rede, Ewerton Starling, nas datas comemorativas já ocorridas ao longo deste exercício as vendas não foram tão positivas.
"Na verdade, a perspectiva está melhor para este ano devido às posições favoráveis dos times mineiros na tabela do Campeonato Brasileiro. O Atlético está na vice-liderança da competição e o Cruzeiro encontra-se em uma posição melhor do que a do ano passado. Além disso, os jogos voltaram a ser realizados em Belo Horizonte, o que também torna as vendas mais promissoras", diz.
Segundo Starling, está sendo aguardado um incremento de 22% no Natal deste ano na comparação com o de 2011. Por este motivo, ele pretende aumentar, na mesma proporção, o volume de mercadorias encomendadas para o período e já começou a dar treinamento de vendas para os funcionários temporários.
Na K9 Comercial de Moda, especializada em vestuário, calçados e acessórios, a situação não é muito diferente. Segundo o diretor Comercial, Anderson Borges, o crescimento esperado entre 12% e 15% sobre as vendas realizadas no Natal de 2011 só será possível em função de alguns diferenciais adotados pela empresa já no lançamento da coleção, como a qualidade dos produtos e a ações de fidelização de clientes.
"As questões econômicas interferem diretamente em qualquer negócio, independentemente do segmento de atuação. Porém, tendo em vista as estratégias de cada um, esses efeitos podem ser intensificados ou amenizados", explica.
Localização - Já no caso da proprietária de duas franquias da Hope em Belo Horizonte, Renata Leslie Goulart, o que tem permitido o otimismo quanto aos negócios a serem realizados no próximo Natal diz respeito à mudança de endereço de uma das lojas e ao marketing realizado pela marca nacionalmente, com a modelo Gisele Bndchen e, mais recentemente, com a atriz Juliana Paes.
"O conjunto desses fatores vai nos permitir alavancar as vendas ao final deste exercício. Além disso, o próprio comércio já tem apresentado uma reação nos últimos meses. Por isso, acredito que no Natal vai ser possível um aumento de 40% nas vendas frete ao registrado no ano passado", aposta.
A empresária destaca também que o fato de a lingerie ser considerada um produto de necessidade e de o tíquete médio de suas lojas não ser tão elevado também são fatores que contribuirão para alcançar o resultado esperado. Com isso, nas próximas semanas já serão feitos os primeiros pedidos relativos à data, com reposição prevista para o fim de outubro.
Veículo: Diário do Comércio - MG