Cafeicultores "seguram" produção

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Segundo a consultoria Safras & Mercado, até 31 de agosto apenas 34% dos grãos haviam sido negociados.


A comercialização da safra 2012 de café continua abaixo do nível registrado nas safras anteriores. De acordo com levantamento da consultoria Safras & Mercado, até 31 de agosto em torno de 34% da produção estimada para Minas Gerais já haviam sido negociados, sendo que em igual período de 2011 o volume correspondia a 44% da produção.

Segundo o analista da Safras & Mercado Gil Barabach, a redução do ritmo se deve, principalmente, ao baixo volume de grãos comercializados antecipadamente. A expectativa dos produtores era de que os preços pagos pelo grão continuassem em alta, o que não foi observado ao longo do primeiro semestre.

"Nos anos anteriores, a comerciallização antecipada da safra abrangia um volume maior, porém, com a maior capitalização dos cafeicultores, as vendas foram reduzidas. Isso se deve à expectativa de manutenção dos preços do grão em alta ao longo de 2012, o que, diante da expectativa de uma safra maior, acabou não se concretizando", disse Barabach.

De acordo com o levantamento da Safras & Mercado, a comercialização da safra de café 2012 no Brasil fechou agosto em 35%. Houve um avanço de sete pontos percentuais no comparativo com julho. Porém, os negócios estão atrasados em relação a 2011. Em igual período do ano passado, 42% da safra 2011/12 estavam comercializados.

Com isso, foram vendidas até o final de agosto cerca de 19,48 milhões de sacas de 60 quilos, tomando-se por base a estimativa de Safras & Mercado, de uma safra 2012/13 de café brasileira de 54,9 milhões de sacas.

Em Minas Gerais, o índice de comercialização até 31 de agosto era de 34% para uma safra estimada em 28,5 milhões de sacas. O volume representa queda de 10 pontos percentuais quando comparado ao resultado de igual período anterior, quando 44% da safra já estavam vendidos.


Preços - De acordo com o analista, os produtores tanto de Minas como das demais regiões produtoras continuam com as vendas retraídas, à espera de preços mais atrativos. Além da maior capitalização, o que contribui para que o produtor disponibilize o grão apenas quando os preços estiverem mais satisfatórios, a queda da qualidade da safra atual, ocasionada pelo excesso de chuvas, continua mantendo o ritmo de venda mais lento.

"A tendência é alavancar as vendas após o final da colheita, que já está próximo de acontecer. Isto irá ocorrer pela demanda proveniente do Hemisfério Norte, que começará a consumir mais café com entrada do frio e pela menor oferta de grãos especiais, o que já impacta nos preços do grão", disse Barabach.

Em relação aos preços, a saca de 60 quilos do produto foi comercializada no dia 14 de setembro, em Minas Gerais, entre R$ 400 e R$ 410, dependendo da qualidade final do café. O valor mostra significativo avanço quando comparado ao praticado na semana anterior, quando o produtor recebeu, em média, R$ 363 pelo mesmo volume, variação positiva de 12,9%.

Na Bolsa de Mercadorias de Nova York, o preço do café arábica, ao longo da semana passada, aumentou 9,7% nos contratos realizados para dezembro, passando de 163,05 centavos de dólar por libra-peso do fechamento da última semana para 178,85 cents.

"O preço pago pelo café apresentou forte reação na última semana e, com isso, houve um avanço nas negociações. Com o encerramento da safra e a demanda maior, a tendência é que os preços se mantenham remuneradores, uma vez que a oferta de café de alta qualidade será menor", disse.


Veículo: Diário do Comércio - MG


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