Empresa cria tecido autoadesivo com foco nos jovens

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Pesquisa identificou busca por personalização e pretende aumentar vendas da linha Farm em 20% com novo produto


Ao identificar a predisposição dos consumidores jovens em inovar e personalizar a decoração, uma empresa paulista criou um tecido autoadesivo que serve tanto para forrar paredes quanto os móveis da casa.

Chamado de Stick Fabric, o novo produto tem oito opções de estampas para cada tipo de tecido - atualmente disponíveis em camurça e em seda. Com a novidade, a expectativa é ampliar as vendas da linha de decoração em até 20% até o final do ano.

O novo produto é fruto de uma parceria entre a JRJ, dona da linha e responsável por sua comercialização, e a Farm, marca carioca de roupas voltada para a moda jovem. O uso peculiar de cores e estampas nas coleções da empresa do Rio de Janeiro foi um dos pontos que fez a JRJ propor a pareceria. "Estávamos procurando uma empresa que já falasse com esse público", conta a sócia da JRJ Tatiana Gabriel Cintra, de 36 anos, que comanda a empresa com a irmã Mariana Gabriel Leme.

Segundo a empresária, a linha autoadesiva é uma forma de a empresa ampliar sua relação com o consumidor final. "O jovem gosta de personalizar o próprio quarto. É comum encontrar o papel de parede no mercado, mas tecido com autoaplicação é uma inovação", afirma Tatiana.

Há 18 anos desenvolvendo tecidos, o crescimento e o reconhecimento da marca JRJ estão ligados à abertura, há três anos, de um novo espaço para atender os clientes. Foram investidos R$ 400 mil na reforma de uma casa, no Jardim Europa, em São Paulo. No início, o atendimento era feito em um escritório pequeno, que funcionava com atendimento de hora marcada apenas para arquitetos e decoradores.

A evolução do mercado e a mudança do perfil do consumidor fizeram a empresa repensar o formato desse atendimento. Antes, o arquiteto decidia e o cliente pagava. Hoje, o cliente quer fazer parte da decisão.

"Conhecemos quem frequenta nossa casa e criamos um vínculo com grande parte deles. No sábado, costuma vir a família toda, incluindo o cachorro", conta Tatiana. Desde a inauguração do novo local, a empresa aumentou o faturamento em 40% e conta com um portfólio de mais de 800 tecidos exclusivos.

Por falar em volume de ofertas, diante da concorrência com os produtos chineses, a JRJ quer se diferenciar com linhas de fibras naturais dentro de um conceito sustentável e que explore atributos brasileiros. A ideia por trás disso é também impulsionar as exportações, que hoje não passam de 5% do faturamento da empresa e têm nos Estados Unidos seu principal destino.

"A exportação não é tão representativa. A crise mundial e o crescimento da China influenciam bastante, mas continuamos apostando na parte conceitual de levar o produto brasileiro para fora", diz. Para tanto, a empresa joga suas fichas em linhas como a confeccionada com lona de caminhão reciclada e outra que emprega como insumo o saco de grãos de café. Em outubro, a empresa planeja lançar uma linha que usa como base o couro, com cerca de 50 variações.

Sobrevivência. De acordo com o coordenador da graduação e MBA em gestão empresarial da HSM Educação, Francisco Almeida, a JRJ segue um dos poucos caminhos para continuar viva no mercado: a diferenciação. Para ele, três grandes movimentos dificultaram a vida do setor têxtil brasileiro. "O grande problema foi a entrada da China, aliada ao governo Collor, com a quebra de várias indústrias, e a abertura de importação na década de 90", diz Almeida.



Veículo: O Estado de S.Paulo


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