Nos últimos 10 anos, faturamento bruto da empresa cresceu mais de 500%.
A Pif Paf Alimentos, com sede em Belo Horizonte e seis unidades de produção instaladas no interior de Minas Gerais, planeja, em médio prazo, abrir o capital. Mesmo com o desaquecimento da economia, provocado pela crise financeira internacional, o diretor-superintendente da Pif Paf, Luiz Carlos Mendes Costa, revelou que essa estratégia dará sustentação aos negócios da empresa nos próximos anos.
"Sabemos que o cenário econômico não é tão favorável para abrir o capital, vamos aguardar o momento mais apropriado, mas isso não deve ser adiado por muito tempo", ponderou.
Nos últimos 10 anos, o faturamento bruto da Pif Paf cresceu mais de 500% e a expectativa para este ano é fechar com receita bruta operacional de R$ 740 milhões ante os R$ 603 milhões alcançados em 2007, elevação de 22,71%. Para 2009, a perspectiva da empresa é faturar R$ 900 milhões, expansão de 21,62%, e, para 2010, ultrapassar a marca de R$ 1 bilhão. "A média de crescimento será de 20% ao ano", revelou.
O otimismo, segundo Costa, está ancorado nos R$ 260 milhões investidos na implantação de uma planta industrial em Palmeiras de Goiás, interior de Goiás, destinada para o abate de 150 mil aves/dia, o que significará a produção de 80 mil toneladas/ano de carne de frango. As atividades estão previstas para terem início em março de 2009, mas parte do setor de matrizes e a fabricação de ração já foram iniciadas.
Descentralização - Para Costa, a escolha de Goiás tem o objetivo de descentralizar a produção. "A Pif Paf está toda concentrada em Minas, precisamos produzir fora do Estado por uma questão estratégica", disse. O complexo em Goiás recebeu aportes de R$ 265 milhões, sendo que R$ 205 milhões vieram de recursos próprios e R$ 60 milhões financiados pelo Fundo de Desenvolvimento do Centro-Oeste (FCO).
A fábrica de Patrocínio, região do Alto Paranaíba, onde são abatidos suínos e se industrializa presunto e bacon, recebeu, há dois anos, investimentos de R$ 27 milhões para a ampliação. Os recursos foram financiados pelo Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais (BDMG).
A Pif Paf também opera em Visconde do Rio Branco, região da Zona da Mata mineira, onde, além de industrializar carnes, mantém um abatedouro. Já a fábrica de Leopoldina produz massas e alimentos e a de Viçosa, embutidos. Ambas estão na Zona da Mata.
"A unidade de Itabirito, na região Central, é responsável pela linha de lasanhas e deverá, no próximo ano, iniciar a produção de salgadinhos congelados. Em Pará de Minas (região Central) são processados ovos e cria-se pintos", disse.
A empresa emprega mais de 5 mil funcionários diretos, cerca de 550 integrados, além de 2 mil pessoas entre pesquisadores, trabalhadores do campo, do varejo e representantes comerciais que trabalham com os produtos Pif Paf. Além disso, possui 60 mil clientes e realiza 150 mil entregas por mês.
Parte da produção, cerca de 7%, é exportada para o Japão, China, África, Rússia e Leste Europeu. Com a nova unidade (Goiás), esse índice saltará para 15%. "Paramos de exportar para o Oriente Médio, pois aquele país prefere frangos pequenos inteiros (galeto), e a especialidade da Pif Paf é o frango cortado em pedaços", disse o superintendente. Ainda segundo Costa, a alta do dólar favorece a exportação, o que será positivo para a companhia nos próximos anos.
Veículo: Diário do Comércio - MG