Drogarias Araujo e Pague Menos e padaria Castelinho rotulam produtos para incrementar faturamento.
É cada vez maior o número de empresas que lançam produtos de marca própria, com o objetivo de fidelizar o cliente e, conseqüentemente, incrementar o faturamento. De acordo com dados de uma pesquisa realizada pela Associação Brasileira de Marcas Próprias e Terceirização (Abmapro), em 2011, no Brasil, 183 organizações já trabalhavam com essa linha de mercadoria, que atingia 22,4 milhões de lares e representava 4,9% de operações no mercado. Ainda de acordo com o estudo, as categorias destacadas são de higiene e beleza, que representaram maior ganho de participação em marcas próprias.
Em Minas, essa tendência vem se confirmando em algumas empresas, como é o caso da rede de drogarias Araujo, que no final de 2010 lançou os primeiros itens que levavam o nome da empresa. Hoje, já são 15 linhas que englobam aproximadamente 100 produtos, sendo que, alguns deles, correspondem a até 50% da receita bruta anual das categorias em que estão incluídos.
"Temos todos os artigos para pronto-socorro, cosméticos, estojos de higiene e os sabonetes líqüidos, que ocupam a segunda posição das marcas mais vendidas no gênero. Os termômetros já representam 41% do faturamento das mercadorias da mesma classe", destaca o gerente de marketing, André Giffoni.
Para Giffoni, trabalhar com marcas próprias é uma tendência de mercado que traz um diferencial para empresa, tornando-a mais reconhecida. "Alguns segmentos estão mais abertos ao movimento e nos permitem traçar estratégias de atuação. Há um mito de que esse linha de mercadoria tem que ser mais barata que a líder. Mas aqui na Araujo, a gente aposta no preço competitivo e, acima de tudo, na qualidade, fator que realmente o fará conquistar o mercado", explica.
A diretoria da rede não autorizou divulgar os investimentos realizados na implantação e ampliação da nova proposta de trabalho, mas o gerente revela que, para cada categoria, é feito um aporte e, que neste ano, o faturamento da empresa deve bater na casa de R$ 1,2 bilhão. Em 2011, a receita bruta da Araújo ficou na ordem dos R$ 930 milhões.
Pague Menos - Outra rede nacional de farmácias que apostou na ideia foi a Pague Menos, que em 2008 lançou os primeiros 40 itens de marca própria nas área de higiene pessoal, cosméticos, medicamentos e primeiros socorros. Desde então, não parou de crescer e criou mais quatro marcas distintas - Amorável, Dauf, Pague Menos e Vita -, que contam com 624 produtos disponíveis nas mais de 530 lojas distribuídas em todo o Brasil.
O gerente de negócios especiais da rede, Francisco José de Barros, afirma que apesar do boom no setor ter acontecido recentemente, a primeira iniciativa da Pague Menos, neste sentido, aconteceu há 20 anos. "Na época, a empresa lançou o fio dental e o complexo de gaze próprios, mas a ação não foi desenvolvida e parou por aí", conta.
O setor está sim em expansão, mas, na Pague Menos, ainda representa pequeno valor no faturamento anual do grupo. "Nos Estados Unidos, o fenômeno é natural e o Brasil tende a seguir o movimento. Hoje, todos os artigos de marca própria são responsáveis por 3% da receita bruta anual da empresa. Já a linha de perfumaria Pague Menos é bem expressiva e bate na casa dos 15% do faturamento anual da marca", esclarece.
Barros acredita que o destaque dessa linha de atuação é poder oferecer ao cliente o melhor custo/benefício. "Não há gastos adicionais quando fabricamos o item, o que nos permite praticar um preço mais competitivo, sem afetar a qualidade da mercadoria ofertada ao cliente", conclui.
Veículo: Diário do Comércio - MG