A contratação de trabalhadores temporários para o Natal deve dar preferência aos homens neste ano, segundo o Sindeprestem (entidade do setor de temporários).
A disposição para selecionar mulheres caiu entre empresas do setor depois que o TST definiu, no mês passado, que as mulheres que ficarem grávidas têm garantida a estabilidade, mesmo em regime temporário.
"Homens terão preferência porque a manutenção de um contrato por tempo superior ao planejado pode gerar desequilíbrio econômico", diz Vander Morales, presidente da entidade.
"Se houver muitas mulheres nessa situação, as prestadoras de serviço podem falir. Não poderão manter trabalhadoras se não tiverem onde alocá-las", diz.
O empregador terá de garantir a vaga até o fim da gestação e assegurar cinco meses de licença maternidade.
A presença de homens costuma ser maior no setor industrial, enquanto as mulheres se concentram mais no segmento comercial.
Para o final deste ano, a estimativa é que sejam contratados 155 mil temporários no país, segundo o Sindeprestem e a Asserttem (associação do setor).
Antes da determinação do TST, pesquisas das entidades esperavam 47% de mulheres no comércio e 32% na indústria, mas isso deve mudar.
"Não podemos prever com precisão, mas certamente os números poderão servir de base para que seja revertida essa decisão", diz Morales.
"A decisão do TST vai inibir a contratação de mulheres. Se houver um volume muito grande de grávidas, as empresas prestadoras do serviço podem falir" (VANDER MORALES - presidente do Sindeprestem)