Vestuário atrai mais investidores

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Com previsão de atingir faturamento de R$ 156,9 bilhões este ano no Brasil, o varejo de vestuário respondeu por 16% do volume de fusões e aquisições do comércio nos últimos cinco anos. De acordo com levantamento da PwC, o setor só ficou atrás do de shoppings centers, com 39% das operações, e ganha de farmácias (11%), supermercados (9%) e varejo de alimentos e bebidas (3%).

Demais ramos, como brinquedos e eletrodomésticos, representaram o restante das transações do comércio.

Alexandre Pierantoni, sócio da área de fusões e aquisições da PwC, diz que, nos próximos anos, o segmento de moda continuará movimentando um grande volume de operações. "O setor é muito pulverizado", afirma. De fato, as quatro maiores redes de vestuário do Brasil (Renner, C&A, Riachuelo e Marisa) detém juntas apenas cerca de 10% do varejo de vestuário nacional, aponta um relatório produzido pelo CGD Securities.

Este cenário, aberto para consolidação e ganhos de escala, tem atraído cada vez mais os fundos private equity ao setor, diz Pierantoni.

Este ano, a maior transação no varejo foi na área de vestuário: a compra de 70% rede de lojas de departamento fluminense Leader, pelo braço de investimento em participações BTG Pactual, por cerca de R$ 1 bilhão. E um novo sócio, o fundo Apax Partners negocia agora sua entrada no capital da empresa, apurou o Valor.

De 2006 para cá, o varejo de vestuário cresce a uma média de 10,9% ao ano, em termos nominais, de acordo com levantamento da Associação Brasileira do Varejo Têxtil (Abvtex). Segundo Pierantoni, o que mais atrai as gestoras é o alto grau de sensibilidade do setor ao aumento de renda da população. "Em geral, as pessoas não compram mais comida ou remédio por que passam a ganhar mais. Há um limite. Com roupa e calçados, isso não acontece", explica.

Por razões como essa, a Tarpon decidiu investir de novo em moda este ano, após embolsar lucro com venda da sua fatia na Arezzo, varejista de calçados. O alvo foi a grife paranaense Morena Rosa, da qual o fundo comprou uma participação de 60%, por R$ 240 milhões, em março.

A fabricante da calçados Alpargatas também quis garantir seu espaço no varejo de roupas. Com intuito de diversificar o portfólio, adquiriu 30% da Osklen e, em até 17 meses, pretende assumir o controle da empresa fundada pelo estilista Oskar Metsavaht, com a compra de uma fatia adicional de 30%.

O valor total da operação vai depender dos resultados futuros da Osklen. Por enquanto, a empresa pagou R$ 67 milhões como primeira parcela. A Alpargatas não descarta a possibilidade de comprar outras empresas de moda de luxo, segmento que costuma apresentar boas margens.

Ainda no nicho classe A, a Restoque, dona da Le Lis Blanc, também se movimentou. Pagou R$ 10 milhões à Marisol pela marca Rosa Chá, de moda praia, com planos de expandir uma rede de lojas com a bandeira.

Os varejistas on-line de moda também tem atraído o interesse de fundos. Com previsão de faturar R$ 1 bilhão este ano, a loja virtual Dafiti, controlada pelo Rocket Internet, recebeu aporte do J.P. Morgan, que pagou cerca de R$ 90 milhões por uma fatia minoritária na empresa.

Em acessórios, a fabricante de relógios Technos, controlada pelas gestoras Dynamo e Victoria Capital Partners, se fortaleceu no varejo com a aquisição da rede de franquias Touch. O valor da operação poderá chegar a R$ 40 milhões, com metade desse montante atrelado aos resultados da empresa nos próximos anos.

A Chilli Beans, varejista de óculos e relógio com faturamento de R$ 148 milhões no ano passado, chamou atenção do Gávea, que assumiu uma fatia de 30% da empresa. Caito Maia, fundador e presidente da companhia, quer utilizar os novos recursos para acelerar os planos de internacionalização da marca. O valores do negócio não foram divulgados.



Veículo: Valor Econômico


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