Porto Alegre espera colher 1,6 mil toneladas de pêssego de mesa

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Especulação imobiliária reduz atividade a 120 hectares atualmente


As boas condições climáticas das últimas semanas, com sol e calor, estão favorecendo o sabor e a comercialização dos pêssegos produzidos em Porto Alegre. A capital gaúcha, que é um dos principais centros de cultivo das variedades de mesa no Estado, deve colher 1,6 mil toneladas em 2012, 40% da produção total da fruticultura no município.

Essas expectativas foram apresentadas ontem, durante a abertura oficial da colheita em Porto Alegre. A cerimônia, que aconteceu em uma propriedade rural do bairro Campo Novo, na zona Sul, contou com a presença do prefeito em exercício, Mauro Zacher, e de secretários municipais. Conforme o chefe do escritório municipal da Emater, Luis Paulo Vieira Ramos, são cultivados 120 hectares de pêssegos em Porto Alegre, divididos entre 20 produtores. A área atual é duas vezes maior do que a cultivada há cinco anos. “O mercado da Capital é o maior do Estado e fica ao lado das áreas de produção, então isso gera um incentivo para o plantio.”

No entanto, essa recuperação ainda está longe de alcançar a importância que a fruta tinha nos anos 1980, quando os pessegueiros ocupavam 800 hectares na cidade. A especulação imobiliária e a expansão da cidade sobre o campo são apontados como os principais responsáveis pela redução. “A valorização das terras, que muitas vezes valem R$ 1 milhão o hectare, e a falta de segurança nas propriedades, com roubos e invasões, fizeram com que muitos produtores preferissem vender seus sítios”, explica Ramos.

Para o produtor Gilmar Marodin, a elevação dos custos de produção, como nos insumos e combustíveis, é outra dificuldade para incentivar a cultura. “Em 1995, vendíamos o pêssego a R$ 2,00 o quilo, enquanto o óleo diesel custava R$ 0,60 o litro. Hoje, continuamos vendendo a fruta a R$ 2,00 o quilo, mas o diesel está a R$ 2,00 o litro. Não houve um acompanhamento do preço do produto em relação aos insumos.” A escassez de mão de obra também é apontada por Marodin como um limitador para a expansão da fruticultura na Capital. “Todas as cadeias de frutas enfrentam esse problema, mas, aqui em Porto Alegre, a pressão por empregos é muito maior do que no Interior, e o produtor rural não tem condições de competir com os do trabalho urbano”, justifica.

Em sociedade com seus cunhados Juarez e Gilson Antonello, Marodin administra 11 hectares no bairro Campo Novo, dos quais 2,5 hectares são dedicados à cultura do pêssego. Nos pomares, são colhidas 15 toneladas, que são comercializados em pontos de venda da prefeitura e em frente à propriedade. As frutas são vendidas, de acordo com o tamanho, por valores de R$ 1,50 a R$ 2,00 o quilo. Segundo Marodin, a maior necessidade dos produtores da Capital é apoio para a comercialização.

Festa do Pêssego começa no próximo final de semana

Um dos principais incentivos para o consumo de pêssegos na Capital começa no próximo sábado. A 28ª Festa do Pêssego de Porto Alegre acontece nos finais de semana de novembro (dias 10 e 11, 17 e 18, 24 e 25), além do feriado da Proclamação da República, no dia 15. Neste ano, a expectativa é de que sejam comercializadas mais de 120 toneladas da fruta, tanto no Centro de Eventos Vereador Ervino Besson (rua João Salomoni, 1340, bairro Vila Nova) e nas bancas instaladas na rua José  Montaury, entre a rua Marechal Floriano e a avenida Borges de Medeiros, no Centro Histórico, onde a comercialização acontece das 8h às 19h.

No centro de eventos da Vila Nova, haverá 15 bancas para a comercialização de frutas, flores, orquídeas, bromélias e outros produtos da agroindústria familiar. A expectativa é de que mais de 50 mil visitantes compareçam às festas.



Veículo: Jornal do Comércio - RS


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