Dia de promoções mais importante do comércio americano virou 'questão de vida ou morte' para algumas redes, que estão adiantando as ofertas
A Black Friday já começou nos Estados Unidos. Principal data do ano para o comércio americano, em 2012 o evento não teve início na tradicional sexta-feira, mas ontem mesmo, Dia de Ação de Graças. Grandes redes de varejo, como Walmart, Target, Toys R Us e Sears, abriram as lojas oferecendo descontos.
A estratégia dessas redes não foi bem recebida por todo mundo. Se alguns consumidores agradecem a oportunidade de poder comprar com superdescontos um dia antes e evitar as enormes filas que se formam na Black Friday, os funcionários das redes e seus concorrentes reclamaram.
Os funcionários do Walmart estão fazendo vários protestos desde a semana passada. Além de reclamarem de baixos salários e aumento na contribuição do seguro saúde, eles reclamam de ter que trabalhar no Dia de Ação de Graças sem serem consultados e ainda sem ganhos atrativos, segundo comunicado do Making Change at Walmart, uma campanha para defender interesses dos funcionários patrocinada pelo sindicato dos trabalhadores do comércio e do setor de alimentos.
O objetivo dos funcionários do Walmart é fazer até amanhã mil protestos, que incluem greves em algumas lojas. O mais recente boletim do movimento, divulgado ontem, mostra que redes e centros de distribuição da Califórnia, Seattle, Dallas, Washington, Chicago, Miami, Oklahoma e outras cidades dos EUA aderiram aos protestos. O posicionamento oficial da rede é que esses protestos não vão atrapalhar as vendas e a estratégia do grupo para a Black Friday.
A Black Friday sempre ficou restrita ao horário comercial da sexta-feira, depois do Dia de Ação de Graças. Mas, recentemente, algumas lojas começaram a abrir as portas na madrugada da sexta-feira. No ano passado, algumas redes abriram à meia-noite ou até um pouco antes, no fim da noite do Dia de Ação de Graças. Em 2012, pela primeira vez, vão abrir na quinta-feira. A data chega a representar 10% do faturamento anual de algumas redes, diz o analista da Wyatt Investment Research, Jason Cimpl. "Para muitas varejistas, a Black Friday é uma questão de vida ou morte", comenta.
Algumas redes tradicionais não aderiram à estratégia de abrir as lojas na quinta-feira, por considerarem que quebra a tradição e aumenta o custo com funcionários. As varejistas J.C. Penney e Macy's, por exemplo, vão abrir só hoje. Algumas lojas na internet, como a da Apple, vão oferecer os descontos só a partir da 0h01 de hoje.
A expectativa é que as vendas na Black Friday batam recorde e superem US$ 12 bilhões. O crescimento de 7,7% das vendas no varejo americano na semana encerrada no último dia 17 (em comparação com o mesmo período de 2011) é mais um indicador de que o faturamento do comércio deve dar um salto esta semana, destaca um boletim da ShopperTrak, empresa especializada em dados do comércio americano.
Veículo: O Estado de S.Paulo