Setor, que apostava em alta superior a 8% na receita, agora projeta expansão de 4%.
Após registrar crescimento real de aproximadamente 8% no faturamento do ano passado, os atacadistas de Minas Gerais deverão contabilizar resultados mais modestos. Com a economia desaquecida, as previsões para 2012, que antes eram de superar a expansão de 2011, foram revistas para alta de cerca de 4%. Há casos em que até mesmo planos de investimentos e contratações para 2013 estão sendo revisados para baixo, diante da nova realidade do segmento.
Segundo dados da Associação dos Atacadistas e Distribuidores do Estado de Minas Gerais (Ademig), o faturamento das empresas mineiras passou de R$ 9,4 bilhões para R$ 10,8 bilhões entre 2010 e 2011, o que equivale a alta nominal de 14,9% e real de 8%.
Porém, no acumulado entre janeiro e setembro deste ano, a região Sudeste alcançou crescimento nominal de 9%, o que dá uma expansão real pouco abaixo de 4%. Segundo o presidente da Ademig, Ronaldo Saraiva Magalhães, os números mineiros acompanham o regional. Isso significa que, nos nove primeiros meses do ano, o Estado teve resultado abaixo da média nacional. O Brasil registrou uma alta nominal no faturamento de 10%, o que equivale a algo próximo de 4,5% reais. No ano passado, Minas havia superado o país, que teve uma elevação nominal de 8%.
A principal explicação para as expectativas terem sido frustradas é o menor crescimento do país, segundo Magalhães. "A crise mundial, com certeza, afetou os resultados. O que estamos vendo é que não houve um crescimento tão forte da renda, demanda e do crédito. O ritmo foi menor do que o de 2011", afirma.
A Megafort Distribuidora Importação e Exportação Ltda é uma das empresas que vai fechar 2012 com crescimento abaixo do previsto. Segundo o gerente-geral, Genivaldo Costa, a expectativa inicial era de crescer entre 10% e 15%. Porém, levando-se em conta os resultados já alcançados e as encomendas para o Natal, ele já começa a revisar os números para baixo. "Não consigo estimar mais como será o crescimento deste ano, porque pode mudar alguma coisa no fechamento do ano", diz.
Diante disso, a empresa vai rever para baixo os aportes previstos para 2013. Além disso, a ampliação do quadro de pessoal deverá ocorrer de forma mais tímida. Costa acredita que a dificuldade de concorrer com atacadistas de outros estados, que vivem sobre outro regime de tributação, também tem afetado as empresas mineiras.
Na Bartofil, sediada em Ponte Nova (Zona da Mata), o ano também ficou aquém do projetado. Segundo o gerente de Marketing, Márcio Bartolomeu, a expectativa era de fechar 2012 com expansão de 15%. Mas a previsão caiu para 5%.
Já na Tambasa Atacadistas a expectativa é mais otimista. Segundo o diretor Comercial, Alberto Portugal, a alta deverá ficar em 14%, percentual superior aos 12,5% projetados anteriormente. Porém, para isso, a empresa aumentou os investimentos na prospecção de novos mercados e consumidores, já que a economia não estava aquecida o suficiente para elevar a demanda naturalmente.
Veículo: Diário do Comércio - MG