Faltando pouco mais de um mês para o Natal, as centrais supermercadistas incrementam as compras e otimizam a distribuição entre os associados, à espera da clientela no período mais rentável do ano para o setor. A expectativa é que as vendas em dezembro deste ano sejam até 20% superiores às do mesmo mês de 2011. Embora consigam preços melhores junto aos fornecedores, algumas centrais reclamam que produtos típicos das festas de fim de ano - em especial carnes como peru, chester e pernil - tiveram reajuste de até 15% ante o ano passado.
Esse é o caso da Rede Super Varejista, que reúne 36 lojas espalhadas pela Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH) e outras quatro em Bocaiúva (Norte), Caeté, Conselheiro Lafaiete e Paraopeba, na região Central. O diretor-executivo, Gilberto Assis Cardoso, explica que, ao fazer a lista de compras, sentiu reajuste médio de 15% nas mercadorias, impulsionado pelas carnes.
Mesmo assim, Cardoso demonstra otimismo. De acordo com ele, o faturamento da rede no Natal deste ano deve ser 15% maior em relação ao de 2011, o que deve gerar um movimento de R$ 43 milhões. Ele acrescenta que o último mês do ano normalmente responde por 18% do faturamento anual da central, em 2012 estimado em R$ 460 milhões.
Em um período no qual as taxas de desemprego são cada vez menores e os trabalhadores qualificados mais escassos, a central ainda seleciona e contrata funcionários. Conforme o dirigente, existem, no total, 180 vagas efetivas em aberto, distribuídas entre todos os supermercados filiados. "Hoje, a rotatividade no setor é muito elevada, o que faz com que a demanda por colaboradores seja constante", ressalta.
O diretor da Associação dos Supermercados do Centro-Oeste de Minas (Rede Ascom), Carlos Roberto Martins, compartilha a mesma opinião no que se refere ao avanço no preço das carnes. Contudo, ele pondera que conseguiu negociar outros componentes da ceia, como vinhos e produtos não-perecíveis, em melhores condições, o que contribuiu para que as compras para o Natal tivessem, este ano, reajuste em torno de 6%, compatível com a inflação do período.
Ele espera que as vendas deste ano superem em 20% as do ano passado. Assim, o faturamento de dezembro deve atingir R$ 35 milhões, montante 30% superior a um mês sem nenhuma data importante. Neste exercício, a rede deve faturar R$ 300 milhões, expansão de 12% sobre o acumulado ano passado. A central reúne 13 associados e 34 lojas espalhadas na região Centro-Oeste do Estado.
Manutenção - Já a União dos Supermercados do Sul de Minas (Unissul), que já recebeu todos os pedidos para o Natal, não observou variação nos preços dos produtos, na passagem de um ano para o outro. O gestor da central, Cláudio Luís Vallim, ressalta que se mantém leal aos fornecedores e por isso consegue, ano após ano, "comprar mais por menos". Neste exercício, a expectativa é que as vendas superem em 20% as do ano passado. A expectativa da Unissul é faturar R$ 760 milhões no ano, 14% a mais em relação a 2011.
Quem também não observou aumento real ao reforçar os estoques para o fim do ano é o vice-presidente da Rede União de Supermercados, Jerry Adriane Ferreira. Ele, no entanto, tem outra reclamação. "As encomendas estão chegando com muito atraso e temo que os produtos específicos da ceia de Natal não cheguem a tempo, mesmo tendo feito os pedidos com a antecedência necessária", confessa. Receios à parte, as expectativas são as melhores possíveis: alta de 12% em dezembro e faturamento anual de R$ 120 milhões, expansão de 15% frente ao último exercício.
Veículo: Diário do Comércio - MG